Especialistas dizem que 80% das crianças já sofreram experiências ruins na internet

Saiba como os pais devem agir para evitar perigos na web

Cerca de 80% das crianças já sofreram experiências negativas na internet, e quase metade sente medo da tecnologia. É o que revela uma pesquisa feita pela Symantec em 14 países e divulgada esta semana. Segundo o levantamento, as crianças brasileiras são as que passam mais tempo na web: aproximadamente 18,3 horas semanais, enquanto a média mundial é de 11,4 horas. Outra pesquisa, feita pela Norton Online Family Report, mostra que 46% delas sentem medo da internet depois do incidente e 39% perdem a confiança no ambiente online.

Além disso, cerca de 60% delas fazem download sem supervisão de um adulto e 58% já tiveram alguém desconhecido tentando adicioná-las na internet, dados que revelam a insegurança no ambiente online para os pequenos. A advogada Marcela Macedo, especialista em Direito Digital do Patricia Peck Pinheiro Advogados e voluntária do Movimento “Criança mais Segura na Internet” (www.criancamaissegura.com.br), a internet pode ser uma ferramenta positiva de comunicação e aprendizado. O importante é entender que a culpa não é da tecnologia ou do computador, mas sim da forma como ela é usada.

— Os principais problemas que as crianças enfrentam na web costumam ser a não proteção da senha, já que ela não entende que isso é sua identidade digital no mundo virtual, o download de conteúdo não permitido, a participação em comunidades duvidosas, o cyberbullying e a pedofilia — explica a advogada.

Ela alerta que cada vez mais crianças estão sendo vítimas do cyberbullying, a ofensa virtual que gera impacto psicológico e social e é praticada em blogs, portais de relacionamentos, comunicadores instantâneos e mensagens de texto enviadas pelo celular.

O perito criminal Wanderson Castilho, diretor da E-Net Security Solutions, lembra que os pais devem sempre monitorar todas as ações que são realizadas no computador da criança.

— Esta é, sem dúvida alguma, a melhor forma de prevenção. Assim, os pais saberão antecipadamente o que os filhos estão fazendo na rede e poderão decidir a favor da criança.

Ele afirma que da mesma forma que os pais colocam regras no mundo físico dos filhos, devem estabelecê-las também para o mundo virtual.

— Estipule horários, tenha sempre um responsável próximo do computador para visualizar os canais que estão sendo acessados e nunca deixe as crianças sozinhas trancadas no quarto com o computador e uma webcam ligados — completa

O que fazer em caso de problemas graves

Se os pais notarem que há algo errado, eles podem tomar algumas ações para proteger a criança. O primeiro passo é conversar com seu filho para saber todos os detalhes do ocorrido.

Depois, comunique à escola (ou clube, ou casa de amigo etc.), se o incidente aconteceu em suas dependências. É importante reunir todas as provas eletrônicas, como troca de mensagens de texto, emails, vídeos e fotos, e denunciar o site pelo seu canal de contato.

— É importante notificar extrajudicialmente caso haja necessidade de remoção de conteúdo e até mesmo procurar um advogado especializado — explica Marcela Macedo.

Castilho afirma que em certos casos é preciso fazer um boletim de ocorrência numa delegacia especializada em crimes digitais.

— O bom diálogo é que nunca pode deixar de ocorrer entre os pais e os filhos — completa.

Índios on line

Inclusão Digital, Software Livre e Globalização Contra-hegemônica

Este texto pretende relacionar a política de inclusão digital e o movimento de software livre como um nexo fundamental da malha de iniciativas pelo desenvolvimento sustentável do país, de combate à pobreza e de globalização contra-hegemônica.

Este texto pretende relacionar a política de inclusão digital e o movimento de software livre como um nexo fundamental da malha de iniciativas pelo desenvolvimento sustentável do país, de combate à pobreza e de globalização contra-hegemônica. Primeiro, serão apresentadas alguns dos principais elementos constitutivos de uma política de combate à exclusão digital. Em seguida, será discutida a questão do software livre e suas implicações econômicas, sociais, políticas e ideológicas. Por fim, a conclusão buscará demonstrar que as medidas de universalização do acesso e uso intensivo de tecnologia da informação contra a miséria não devem ser adotadas em descompasso com as políticas tecnológicas e de autonomia coletiva dos segmentos socialmente excluídos, sob pena de tornar as políticas de inclusão em mais uma forma de expansão dos mercados e de consolidação de monopólios informacionais.

Sem dúvida, nesta introdução será necessário tratar um conjunto preliminar de questões, tais como, a utilidade, precisão e as prováveis finalidades do conceito de exclusão digital, a emergência da denominada sociedade informacional e o uso das tecnologias da informação na consolidação da globalização hegemônica e da ampliação das desigualdades no planeta.

Afinal, em um país com 11,4 % de analfabetos entre as pessoas acima de 10 anos de idade e com 50.7% da população recebendo até 2 salários mínimos1, qual o sentido de se falar em exclusão digital? A exclusão digital não seria uma mera decorrência da exclusão social? Seu enfrentamento não seria conseqüência da melhoria de condições de vida e renda da sociedade? Em outras palavras, até que ponto o combate a esta exclusão seria importante diante de tantas carências?

Para responder tais indagações é indispensável decidir do que estamos falando quando empregamos o termo exclusão digital. Uma definição mínima passa pelo acesso ao computador e aos conhecimentos básicos para utilizá-lo. Atualmente, começa a existir um consenso que amplia a noção de exclusão digital e a vincula ao acesso à rede mundial de computadores. A idéia corrente é que um computador desconectado tem uma utilidade extremamente restrita na era da informação, acaba sendo utilizado quase como uma mera máquina de escrever. Existem inúmeras outras definições, mas nesta introdução o termo em questão será considerado como a exclusão do acesso à Internet. Portanto, a inclusão digital dependeria de alguns elementos, tais como, o computador, o telefone, o provimento de acesso e a formação básica em softwares aplicativos.

A partir desta definição precária, mas fundamental, quem seriam os excluídos digitais do Brasil? Estaríamos mais incluídos que os nossos vizinhos pobres da América Latina? Os dados sobre a universalização do acesso à Internet ainda são bastante incipientes e as projeções são discutíveis, variadas e por vezes conflitantes. Incluir a questão do acesso à rede mundial de computadores no Censo e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios é uma medida estratégica para conhecer corretamente o fenômeno e sua evolução.

Posição dos Países por Número de Hosts
(fonte: Network Wizards 2002)
País Julho/02 Jan/02 Class. Jan/02
Estados Unidos* 113.574.290 106.182.291
Japão (.jp) 8.713.920 7.118.333
Canadá (.ca) 3.129.884 2.890.273
Itália (.it) 2.958.899 2.282.457
Alemanha (.de) 2.923.327 2.681.325
Reino Unido (.uk) 2.508.151 2.462.915
Austrália (.au) 2.496.683 2.288.584
Holanda (.nl) 2.150.379 1.983.102
França (.fr) 2.052.770 1.670.694 10º
10º Brasil (.br) 1.988.321 1.644.575 11º
Hosts nas Américas
(fonte: Network Wizards 2002)
País Julho/02 Jan/02 Class. Jan/02
Estados Unidos* 113.574.290 106.182.291
Canadá (.ca) 3.129.884 2.890.273
Brasil (.br) 1.988.321 1.644.575
México (.mx) 1.004.637 918.288
Argentina (.ar) 486.296 465.359
Chile (.cl) 130.095 122.727
Uruguai (.uy) 72.320 70.892
Colômbia (.co) 46.896 57.419
Rep. Dominicana (.do) 46.046 41.761
10º Venezuela (.ve) 22.541 22.614 10º
11º Peru (.pe) 14.611 13.504 11º
12º Costa Rica (.cr) 8.022 8.551 12º
13º Panamá (.pa) 7.700 7.825 13º
14º Trinidad e Tobago (.tt) 6.726 6.872 14º
15º Guatemala (.gt) 6.161 5.603 15º

* (.edu, .us, .mil, . org, .gov e gTLDs)

Segundo o IBGE, Censo 2000, apenas 10.6 % dos domicílios possuem computador em um contexto em que menos de 40 % deles possuem telefone fixo. De acordo com um levantamento feito pela Network Wizards, o Brasil possuir o maior número de hosts2 de Internet da América Latina, sendo o 10º do mundo. Por outro lado, em termos relativos, temos menos usuários de telefone que nossos vizinhos Argentina e Uruguai e um número relativo menos usuários individuais de Internet que Chile, Argentina e Peru.

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

INDICADORES DA AMÉRICA DO SUL

PAÍS POPULAÇÃO PIB per capita *1 

(US$ mil)

 

TELEDENSIDADE 

(linhas telefônicas por 100 habitantes, 2001) *1

PROVEDORES DE SERVIÇOS DE INTERNET (2000) *2 USUÁRIOS INDIVIDUAIS DA INTERNET 

 

USUÁRIOS INDIVIDUAIS DA INTERNET 

(%população) *3

Argentina 37.4 milhões 7.46 (2001) 21.3 33 3.88 milhões (jul. 2001) 10.38
Bolívia 8.3 milhões 2.6 (2000) 6.17 9 78 mil 

(dez. 1999)

0.98
Brasil 174.7 milhões 2.93 (2001) 18.18 50 13.62 milhões *4 (maio 2002) 7.74
Chile 15.3 milhões 10.1 (2000) 22.12 7 3.1 milhões (dez. 2001) 20.02
Colômbia 40.3 milhões 6.2 16.91 18 1.15 milhões (dez. 2001) 2.81
Equador 13.1 milhões 2.9 10 13 328 mil 

(dez. 2001)

2.44
Paraguai 15.7 milhões 4.7 5.54 4 20 mil 

(dez. 2001)

0.36
Peru 27.4 milhões 4.5 6.37 10 3 milhões (dez. 2001) 10.73
Suriname 434 mil 3.4 18.06 2 14.5 mil (dez. 2001) 3.32
Uruguai 3.4 milhões 9.3 27.84 7 95 mil 

(dez. 2001)

13.61
Venezuela 24 milhões 6.2 10.78 16 95 mil 

(dez. 2001)

——

FONTE: Forum Internacional: América Latina y caribe en la sociedad de la información – Rio de Janeiro, 26 al 28 de setiembre del 2002. Disponible: http://forumalcysi.socinfo.org.br/

1- International telecommunications Union (ITU)

2- The World Factbook 2001

3- NUA Internet How Many Online

4- Nielsen Net Ratings

A pesquisa Internet POP, realizada pelo IBOPE nas 9 principais regiões metropolitanas brasileiras3, em maio de 2001, indicou que apenas 20 % de sua população estava conectada a rede mundial de computadores. Dos conectados somente 87% navegam por banda larga, conexão de alta velocidade (Internet POP, colocar a data da pesquisaout/nov. 2001).

Segundo o Censo Escolar 2000 organizado pelo Ministério da Educação, apesar dos esforços recentes de vários governos, somente 37% dos estudantes de ensino médio estudavam em escolas com acesso à Internet. O censo apontou ainda que 56% dos matriculados no ensino médio integravam escolas com laboratórios de informática. Este quadro se agrava no ensino fundamental, uma vez que somente 22% das crianças (8 milhões de alunos) estudavam em escolas com salas de informática e apenas 19% acessavam a Internet. É importante alertar que mesmo possuindo conexão e computadores várias escolas deixam estes equipamentos sem uso, em geral, pela falta total de formação dos professores e pela ausência de uma política educacional de uso da Internet como instrumento pedagógico e de reforço à pesquisa escolar. Muitas das salas de informática ficam trancadas e acabam sendo alvo de sucateamento e furto de equipamentos.

Apenas dois países, Estados Unidos e Canadá, concentram quase a metade do acesso mundial à Internet, precisamente 41% (Internet Business, 25/06/2001). A sociedade rica usa com intensidade as redes informacionais para se comunicar, armazenar e processar informações, enquanto os países pobres e em desenvolvimento têm suas populações distantes dos benefícios das redes informacionais. O cientista político canadense Arthur Kroker, em 1994, já havia alertado para a constituição de uma nova classe dirigente composta dos administradores, formuladores e executores da telemática, uma verdadeira classe virtual. Esta nova elite comandaria uma sociedade partida entre info-ricos e info-pobres. Sua hipótese se chocava com as inúmeras promessas de que o mundo teria encontrado uma tecnologia incorporadora e democratizante per si. A tecnologia da informação não estaria trazendo uma sociedade mais equânime, ao contrário, seu rápido espraiamento pelo planeta trouxe mais desigualdade e dificuldade de superá-la.

Todo período histórico possui um conjunto de tecnologias que as sociedades dominantes e dentro delas, suas elites, utilizam como fonte especial de poder e de reprodução da riqueza. Não seria exagero apontar que as sociedades humanas se organizam como sociedades tecnodependentes. Dificilmente encontraremos exemplos históricos de sociedades ricas ou com qualidade de vida avançada em países que não dominam ou usam as principais tecnologias de seu período. O capitalismo mundial tem sofrido transformações em sua base reprodutiva onde se estrutura seus determinantes tecnológicos. Simon Nora e Alain Minc já haviam apontado, em 1978, a evolução do capitalismo para um regime baseado nas redes de processamento e comunicação da informação (NORA e MINC, 1978). Daniel Bell preferiu definir as mudanças no sistema como constitutivas de uma sociedade pós-industrial em que os serviços seriam seu segmento dinâmico. Em geral, como realçou Marcos Dantas, a informação emerge como força produtiva dominante (DANTAS, 1999).

Muitos analistas têm advertido sobre a aceleração da perda das vantagens comparativas dos países exportadores de matérias-primas e empregos baratos em uma sociedade centrada na dependência crescente da ciência no processo produtivo. Anthony Smith em “Geopolitics of information” comparou a informação a um recurso social primário e apontou que a dependência informacional dos países periféricos poderia ser muito mais difícil de romper do que a existente nos períodos colonial e industrial (DANTAS, 1999antasFONTE). O capitalismo torna-se uma sociedade dependente de tecnologias da inteligência, ou seja, que ampliam imensamente a capacidade de gerar conhecimento, o que requer um preparo e capacitação complexa de amplos segmentos da sociedade. Por este motivo, existe um outro lado estratégico da inclusão digital. É exatamente o que se refere a indispensável massificação do uso das tecnologias da informação pelo conjunto da sociedade, não somente pelos seus segmentos de elite.

Por outro lado, oráculos das empresas que comercializam produtos típicos da era informacional, dirigentes principalmente do Fórum Econômico de Davos, têm alardeado que a inclusão digital será conseqüência da própria ampliação do mercado. A dinâmica capitalista, de barateamento constante de preços e aumento de qualidade e capacidade da tecnologia da informação e comunicação, permitirá que cada cidadão-consumidor possa usufruir dos seus benefícios. Sem dúvida, a queda de preços de muitos produtos da primeira revolução industrial levou-os aos extratos mais pobres da sociedade. O problema está na velocidade da incorporação das benesses tecnológicas. As elites as utilizam exaustivamente muito tempo antes da sua popularização. Isto poderia não ser considerado um problema se a tecnologia da informação não fosse fundamental para a ampliação da capacidade de decidir, conhecer e pensar. A tecnologia da informação está sendo usada efetivamente para acelerar o distanciamento entre segmentos sociais na apropriação da riqueza socialmente produzida.

Ao discutir o processo de virtualização das cidades nas atuais sociedades pós-industriais, André Lemos anunciou que “o que está em jogo com as cibercidades é o intuito de lutar contra a exclusão social, regenerar o espaço público e promover a apropriação social das novas tecnologias” (LEMOS, 2001: 16). Mas, até o momento, os sinais apontam para o alargamento da fratura social entre incluídos e excluídos da sociedade informacional. Isto tem consolidado as fronteiras do apartheid entre os grupos sociais que incorporaram as tecnologias para melhorar suas condições de vida e trabalho e aqueles que estão privados de seu acesso. Entre as elites que criam hardware e softwares, adequados as suas necessidades, e as comunidades e populações carentes que não estão aptas a produzir e voltar a tecnologia para si.

Para o capitalista, a filantropia, a responsabilidade social e a solução de problemas públicos estão subordinadas a dinâmica empresarial do lucro. O mercado, as forças da oferta, primeiro pensam em vender e ampliar as vendas de seus produtos e serviços. Dificilmente a inserção social ocorrerá como uma externalidade4 positiva do cruzamento das curvas da oferta e da demanda produzidas pelas forças de mercado ou, também, por um ato voluntário e consciente do empresariado sério e altruísta.

O exemplo da denominada Lei de Moore pode ser extremamente útil. Gordon Moore, então presidente da Intel, sentenciou que, a cada 18 meses, os microchips dobram seu desempenho pelo mesmo preço. Os microprocessadores, um verdadeiro computador em um único chip (semicondutor), é um dos principais componentes da indústria informática. Manuel Casttells relatou que “em apenas três anos, entre 1959 e 1962, os preços dos semicondutores caíram 85%, e nos dez anos seguintes a produção aumentou vinte vezes, sendo que 50% dela foi destinada a usos militares. A título de comparação histórica, levou setenta anos (1780 – 1850) para que o preço do tecido de algodão caísse 85% na Inglaterra durante a Revolução Industrial. Então, o movimento acelerou-se na década de 60: à medida que a tecnologia de fabricação progredia e se conseguia melhorar o design dos chips com o auxílio de computadores, usando dispositivos microeletrônicos mais rápidos e mais avançados, o preço médio de um circuito integrado caiu de US$ 50 em 1962 para US$ 1 em 1971.” ( CASTELLS, 1999: 59)

A despeito do ritmo de barateamento constante dos componentes essenciais e produtos da tecnologia de informação, observamos um total descompasso com o ritmo de inserção dos extratos mais pauperizados na era da informação. É difícil declara quando se iniciou o processo que Manuel Castells denominou de era informacional alterando a morfologia social e caminhando para a constituição de uma sociedade em rede. Se considerarmos a ligação das 4 universidades americanas na Arpanet, nos anos 70, como um ponto de partida, temos mais de 20 anos de revolução em curso. Neste período, os países pobres e em desenvolvimento não viram cumpridas as promessas equalizadoras de renda e de condições de vida e trabalho que muitos oráculos das tecnologias prometeram. A análise até o momento indica que os apocalípticos tem acertado mais que os integrados.

Na América Latina, o cenário de exclusão é nítido. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no início do século XXI, 60% das crianças da região eram pobres, sem condições de atendimento de suas necessidades básicas. A mortalidade infantil média é quatro vezes maior da registrada nos países desenvolvidos que é de 10 em cada mil crianças. A revolução informacional não tem gerado no subcontinente nem uma alteração positiva no sentido de redução da miséria.

É evidente que a pobreza vai alterando sua qualidade conforme o sistema capitalista vai avançando sua produção e recriando constantemente seus produtos. O obsoleto, o precário, o ultrapassado é repassado aos extratos mais pauperizados. A pobreza vai se alterando e certamente será em alguns anos assentada sobre produtos atualmente considerados high tec. Ao mesmo tempo, se consolida um distanciamento gigantesco entre sociedades ricas e pobres, entre grupos sociais beneficiados e uma grande maioria de segmentos sociais penalizados.

A nova fase de acumulação capitalista chamada de globalização expandiu-se sobre a doutrina econômica neoliberal, com efeitos ainda mais perversos sobre a pobreza. Uma das questões derradeiras que se apresentam atualmente é responder se em um contexto de globalização, de hegemonia neoliberal e de pensamento único seria possível combater a pobreza sem a utilização das tecnologias da informação? Sem reduzir o distanciamento tecnológico do Sul diante do Norte rico? Sem entender e disputar a dinâmica dos fluxos da globalização?

O termo globalização perdeu força conceitual por ser utilizado para qualificar um número infindável de fenômenos e processos. Algumas práticas internacionais antigas foram rebatizadas de globalização. Entretanto, a noção é extremamente útil se for empregada no sentido de entender o atual jogo de poder econômico, cultural e político que articula os conflitos planetários. O cientista político norte-americano Zbigniew Brzezinski ao publicar Between Two Ages: America’s Role in the Technetronic Era, em 1969, já qualificava os Estados Unidos como a primeira efetivamente sociedade global da história. Seria a única sociedade “a propor um ‘modelo global de modernidade’, esquemas de comportamento e valores universais por intermédio dos produtos de suas indústrias culturais” … “a ‘diplomacia do canhão’ seria coisa do passado; o futuro caberia a ‘diplomacia das redes’”. (MATTELART, 127)

A globalização não seria um jogo de ganhos mútuos e sim uma nova expressão do poder de grupos múltiplos das sociedades ricas. No sentido de desmistificar a globalização e reescrever as linhas que a compõe temos o esforço teórico do sociólogo português Boaventura de Souza Santos: “O global e o local são socialmente produzidos no interior dos processos de globalização. Distingo quatro processos de globalização produzidos por tantos modos de globalização. Eis a minha definição de globalização: é o conjunto de trocas desiguais pelo qual um determinado artefato, condição, entidade ou identidade local estende a sua influência para além das fronteiras nacionais e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de designar como local outro artefato, condição, entidade ou identidade rival.” (Souza SantosSOUZA SANTOS, 2002: 63)

Boaventura considera que a globalização é um fenômeno produzido. A conseqüência da produção do global implica na produção do local ou produção de localização. Neste processo completamente assimétrico é estabelecida a hierarquização dominante no Sistema Mundial em Transição (conceito criado por Boaventura para definir as transformações que o planeta está passando). Assim, o local se integra ao global por duas vias: pela exclusão ou pela inclusão subalterna. Boaventura sustenta que “apesar de na linguagem comum e no discurso político, o termo globalização transmitir a idéia de inclusão, o âmbito real da inclusão pela globalização, sobretudo a econômica, pode ser bastante limitado. Vastas populações do mundo, sobretudo, em África, estão a ser globalizadas em termos do modo específico por que estão a ser excluídas pela globalização hegemônica. O que caracteriza a produção de globalização é o fato de seu impacto se estender tanto às realidades que inclui como às realidades que exclui. Mas o decisivo na hierarquia produzida não é apenas o âmbito da inclusão, mas sua natureza. O local, quando incluído, é o de modo subordinado, segundo a lógica do global. O local que precede os processos de globalização, ou que consegue permanecer à margem, tem muito pouco a ver com o local que resulta do produção global da localização. Aliás, o primeiro tipo de local está na origem dos processos de globalização, enquanto o segundo tipo é o resultado da operação desses.”( SOUZA SANTOSSouza Santos, 65)

Estes dois modos de produção de globalização operam em conjunção. “Os países centrais especializam-se em localismos globalizados, enquanto aos países periféricos cabe tão-só a escolha de globalismos localizados. Os países semiperiféricos são caracterizados pela coexistência de localismos globalizados e globalismos localizados e pelas tensões entre eles.” (SOUZA SANTOSSouza Santos, 66)

Existem outros dois modos de produção de globalização que emergem da resistência aos localismos globalizados e aos globalismos localizados: o cosmopolitismo e o patrimônio comum da humanidade. Eles são essenciais para a distinção entre a globalização de cima-para-baixo e globalização de baixo-para-cima, ou entre globalização hegemônica e contra-hegemônica. Boaventura designou como cosmopolitismo “a organização transnacional de resistência de Estados-nação, regiões, classes ou grupos sociais vitimizados pelas trocas desiguais de que se alimentam os localismos globalizados e os globalismos localizados, usando em seus benefício as possibilidades de interação transnacional criadas pelo sistema mundial em transição, incluindo as que decorrem da revolução nas tecnologias da informação e comunicação. A resistência consiste em transformar trocas desiguais em trocas de autoridade partilhada, e traduz-se em lutas contra a exclusão, inclusão subalterna, a dependência, a desintegração , a despromoção.” (SOUZA SANTOSSouza Santos, 67)

Por patrimônio comum da humanidade, Boaventura definiu as lutas de dimensão planetária em defesa de valores humanitários. “Trata-se de lutas transnacionais pela proteção e desmercadorização de recursos, entidades, artefatos, ambientes considerados essenciais para a sobrevivência digna da humanidade e cuja sustentabilidade só pode ser garantida à escala planetária. Pertencem ao patrimônio comum da humanidade, em geral, as lutas ambientais, as lutas pela preservação da Amazônia, da Antártida, da biodiversidade ou dos fundos marinhos e ainda as lutas pela preservação do espaço exterior”. (SOUZA SANTOSouza Santos, 70) Aqui também poderíamos inserir o desenvolvimento compartilhado do software livre.

A luta pela inclusão digital pode ser uma luta pela globalização contra-hegemônica se dela resultar a apropriação pelas comunidades e pelos grupos sociais socialmente excluídos da tecnologia da informação. Entretanto, pode ser apenas mais um modo de estender o localismo globalizado de origem norte-americana, ou seja, pode acabar se resumindo a mais uma forma a mais de utilizar um esforço público de sociedades pobres para consumir produtos dos países centrais ou ainda para reforçar o domínio oligopolista de grandes grupos transnacionais.

Por isso, o aparente consenso sobre a necessidade de inclusão digital se desfaz quando discutimos o seu modelo e a finalidade daqueles esforços. A inclusão digital não pode ser apartada da inclusão autônoma dos grupos sociais pauperizados, ou seja, da defesa de processos que assegurem a construção de suas identidades no ciberespaço, da ampliação do multiculturalismo e da diversidade a partir da criação de conteúdos próprios na Internet, e, pelo ato de cada vez mais assumir as novas tecnologias da informação e comunicação para ampliar sua cidadania. A mensagem central para a inclusão digital é de caráter universalista e foi dita por Boaventura de Souza Santos: “temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza e a ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza”. (SOUZA SANTOSSouza Santos, 75)

OS MODELOS DE COMBATE A EXCLUSÃO DIGITAL

A idéia de transformar a inclusão digital em política pública consolida no mínimo quatro pressupostos. Primeiro, é o reconhecimento que a exclusão digital amplia a miséria e dificulta o desenvolvimento humano local e nacional. A exclusão digital não se trata de uma mera conseqüência da pobreza crônica, mas torna-se fator de congelamento da condição de miséria e de grande distanciamento das sociedades ricas. Segundo, é a constatação que o mercado não irá incluir na era da informação os extratos pobres e desprovidos de dinheiro. A própria alfabetização e escolarização da população não seria massiva se não fosse pela transformação da educação em política pública e gratuita. A alfabetização digital e a formação básica para viver na cibercultura também dependerão da ação do Estado para serem amplas ou universalistas. Terceiro, a velocidade da inclusão é decisiva para que a sociedade tenha sujeitos e quadros em número suficiente para aproveitar as brechas de desenvolvimento no contexto da mundialização de trocas desiguais e, também, para adquirir capacidade de gerar inovações. Quarto, é a aceitação de que a liberdade de expressão e o direito de se comunicar seria uma falácia se ele fosse apenas para a minoria que tem acesso a comunicação em rede. Hoje, o direito à comunicação é sinônimo de direito a comunicação mediada por computador. Portanto, trata-se de uma questão de cidadania.

Uma política pública não se resume ao papel desempenhado pelo Estado. Sem dúvida alguma, o Estado deve destinar a maior parte dos recursos, mas a formulação, a execução e a avaliação necessariamente devem envolver as comunidades locais, os movimentos sociais e as organizações não-governamentais. O mercado deve ser atraído tanto para acrescentar recursos quanto para colaborar com novas soluções tecnológicas. As universidades podem contribuir no processo seja disseminando soluções ou produzindo reflexões críticas, seja emprestando quadros para o amplo processo de formação dos segmentos mais carentes, menos cultos e escolarizados.

Muitas ONGs e associações realizam projetos de inclusão digital. Empresas têm apoiado estas organizações do terceiro setor doando computadores usados, equipamentos e infra-estrutura, softwares e recursos financeiros. Não existem estudos consistentes sobre o impacto includente destes projetos, mas sua dimensão e alcance, aparentemente, têm sido ainda pequena diante da extrema carência do país. Projetos como o Sampa.org, CDI-SP, CDI, Rede favela (RJ), Informática na Comunidade, Garagem Digital são exemplos de iniciativas do terceiro setor.

Existem exemplos de ação estatal articulada com as ONGs constituindo uma política mais completa e integrada. O Governo do Estado de São Paulo, ainda na gestão Mário Covas, iniciou a implantação de locais de acesso à Internet em entidades de bairro, articulando a Escola do Futuro da USP para formar e gerenciar o projeto nas comunidades. A Prefeitura Municipal de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy, além de telecentros administrados diretamente e alocados em prédios públicos, também implantou telecentros em entidades da sociedade civil. Os monitores dos telecentros municipais são recrutados na própria comunidade, formados e treinados pela RITS, a Rede de Informação do Terceiro Setor. A Prefeitura firmou uma parceria com a RITS e recentemente com o Sampa.org. Os telecentros do Sampa passaram a ser mantidos com recursos mensais da Prefeitura que, com isso, assegura a existência de um projeto histórico de inclusão digital na região do Capão Redondo, periferia sul da cidade.

A eficácia das várias iniciativas ainda não é visível exatamente pela sua dispersão, pela ausência de indicadores consolidados, pela inexistência de uma coordenação pública unificada da implementação dos projetos de inclusão.

Uma das questões mais relevantes é determinar qual o papel central do Estado, mercado e das ONGs. Em relação ao Estado, as experiências têm apontado para a importância de articular as decisões para não dispersar recursos escassos, mas para isto é preciso o envolvimento democrático da várias esferas de governo. O governo federal deve produzir uma política de inclusão digital em conjunto com Estados e municípios. O Município é a unidade fundamental do poder público para a inclusão digital. Deve ser envolvido e ouvido, pois a manutenção e o sucesso dos programas de inclusão dependem do convencimento do Poder local.

As ONGs devem ser incorporadas e envolvidas na decisão e na execução das políticas de combate a exclusão digital. Muitas ONGs têm experiências relevantes e uma estrutura mais leve e ágil que o Estado. Por outro lado, a fonte de recursos das ONGs ou vem do mercado ou vem do Estado. O Estado pode chegar mais longe, mais rapidamente e de maneira mais profunda se incorporar as entidades locais e organizações do terceiro setor em sua política de inclusão digital.

Caberia ao mercado o papel de formular políticas públicas de inclusão digital? Para responder esta questão será necessário realizar uma divisão entre empresas fornecedoras diretas de produtos e serviços informacionais e de telecomunicações e empresas não-fornecedoras. O risco de entregar o poder de decisão para empresas fornecedoras é desvirtuar as políticas públicas, subordinando as metas de universalização e projetos mais viáveis de inclusão aos interesses mercantis de determinadas empresas. Em relação às políticas públicas nacional, estaduais e municipais é mais indicado que as forças de mercado contribuam como conselheiras e não nos fóruns com poder decisório, principalmente, as empresas que serão diretamente beneficiadas pelas políticas de inclusão digital por venderem hardware, software, conexão e provimento de acesso.

Por outro lado, as empresas podem realizar parecerias importantes com o poder público. Podem investir recursos na montagem e manutenção de soluções e telecentros para a inclusão digital. Instrumentos de reconhecimento das empresas que destinam recursos para a inclusão digital devem ser criados, além da placa com a propaganda do doador. Ë estratégico que as agências de publicidade sejam conclamadas a pensar propostas inovadoras que possam interessar mais empresas a injetar recursos para políticas públicas de universalização do acesso à Internet, executadas pelos Estado ou pelas ONGs.

Outro ponto relevante quando se discute a inclusão digital está na definição do seu foco principal. Em geral, podemos observar três focos distintos no discurso e nas propostas de inclusão. O primeiro, trabalha a inclusão digital voltada à ampliação da cidadania, buscando o discurso do direito de interagir e o direito a se comunicar através das redes informacionais. O segundo, focaliza o combate a exclusão digital como elemento voltado à inserção das camadas pauperizadas ao mercado de trabalho na era da informação. Assim, o foco da inclusão tem o seu epicentro na profissionalização e na capacitação. O terceiro, está voltado mais à educação. Reivindica a importância da formação sócio-cultural dos jovens, na sua formação e orientação diante do dilúvio informacional, no fomento de uma inteligência coletiva capaz de assegurar a inserção autônoma do país na sociedade informacional.

Os três focos de discurso aparecem não como conflitantes, na maioria das vezes são interligados em uma mesma fala. No início, os projetos de inclusão digital referiam-se mais ao foco da profissionalização. Atualmente, estão cada vez mais reclamando a ampliação da cidadania e começa a surgir com mais força os discursos voltados ao fomento da inteligência coletiva local ou nacional.

Da definição de foco podemos chegar ao objeto da inclusão digital. Vamos retomar a definição mínima de inclusão digital como a universalização do acesso ao computador conectado à Internet, bem como, ao domínio da linguagem básica para manuseá-lo com autonomia. Nesse sentido, a política pública de inclusão digital pode ser analisada como uma política pública de acesso a alguns elementos ou instrumentos fundamentais da era informacional. A dimensão do acesso e o escopo de cada projeto, programa ou política é definido pelos elementos que disponibiliza. As várias acessibilidades desenham na prática o eu que cada executor de projetos compreende por inclusão digital.

É possível distinguir a inclusão digital como o acesso:

  • à rede mundial de computadores (computadores conectados a um provedor);
  • aos conteúdos da rede (pesquisa e navegação em sites de governos, notícias, bens culturais, diversão, etc);
  • à caixa postal eletrônica e à modos de armazenamento de informações;
  • às linguagens básicas e instrumentos para usar a rede (MP3, chat, fóruns, editores, etc);
  • às técnicas de produção de conteúdo (html, xml, técnicas para a produção de hipertexto, etc);
  • à construção de ferramentas e sistemas voltados às comunidades (linguagem de programação, design, formação para desenhar sistemas, etc)

Em geral, a maioria dos programas de inclusão digital estão voltados apenas ao acesso à conexão, esquecendo que se trata de um passo inicial. Não é à-toa que durante o início do século XXI visualizamos a proliferação de inúmeros projetos de totens – computadores embutidos em caixas, quase sempre para uso em pé e sem nenhuma possibilidade de utilização de aplicativos, além do browser – como a grande saída para a inclusão digital. Estes projetos portavam uma concepção bem reduzida do que deveria ser o acesso à informática e à Internet.

Está cada vez mais evidente que é possível diferenciar as políticas de inclusão digital levando em consideração modelos distintos de acessibilidade. Estes modelos podem ser considerados a partir de uma tipologia que considera as opções adotadas em cada um dos 6 blocos de soluções:

1 – Unidades de Inclusão:

bibliotecas informatizadas e conectadas à rede;

laboratórios escolares de informática conectados à Internet;

salas de aula informatizadas e conectadas;

telecentros;

quiosques (em geral, com um número pequeno de computadores conectados);

totens ou orelhões de Internet.

2- Opções Tecnológicas:

sistema operacional livre ou proprietário;

hardware com soluções inovadoras, como thin-client, ou tradicionais do uso individual e caseiro;

aplicativos copyright ou copyleft; voltados à interação e à solução de problemas das comunidades;

3- Atividades Disponíveis:

uso livre, limitado ou monitorado;

impressão de documentos;

cursos presenciais e à distância;

acesso à correio eletrônico e a área de arquivo própria;

atividades comunitárias em rede;

4- Monitoria da Unidades:

com ou sem monitores e orientadores contratados;

com ou sem o envolvimento de voluntários;

com ou sem o controle da comunidade, a partir de conselhos gestores eletivos.

5- Sustentabilidade das unidades:

recursos do fundo público;

recursos das empresas;

contribuições individuais e coletivas;

cobrança do usuário.

6- Autonomia e participação das Comunidades

comunidades têmcom poder de decisão sobre a gestão;

comunidades comtêm poder consultivo sobre a gestão;

comunidades cotêm poder fiscalizador sobre a gestão;

comunidades cotêm poder orçamentário sobre o programa;

comunidades cotêm poder de planejar o futuro do programa.

Um divisor crescente entre os projetos de inclusão digital girará em torno das opções tecnológicas, proprietárias, subordinadas aos monopólios do localismo globalizante (Souza Santos), versus as soluções não-proprietárias, livres e desenvolvidas de modo compartilhado por coletivos inteligentes e dispersos pelo planeta. Outro ponto relevante é sobre a sustentabilidade das unidades e o papel do setor público. Caberá ao Estado dispor recursos para universalizar uma rede de telecentros gratuitos que mantenha orientadores, instrutores e agentes comunitários. Também, deve ficar claro que o maior custo dos programas de inclusão digital está em custear seu cotidiano. Sem o fundo público dificilmente ocorrerá uma inclusão massiva das camadas de baixa renda na sociedade informacional, o que não implica na execução estatal dos programas. O formato mais eficaz passa pelo envolvimento da comunidade no processo decisório e no planejamento das unidades de inclusão, bem como no envolvimento das ONGs no gerenciamento e na organização das atividades de inclusão digital.

INCLUSÃO E LIBERDADE: A QUESTÃO DO SOFTWARE LIVRE.

Boaventura de Souza Santos nos alerta que “é através da imaginação que os cidadãos são disciplinados e controlados pelos Estados, mercados e outros interesses dominantes, mas é também da imaginação que os cidadãos desenvolvem sistemas coletivos de dissidência e novos grafismos da vida coletiva.” (SOUZA SANTOS, 2002:46) O movimento de software livre é a maior expressão da imaginação dissidente de uma sociedade que busca mais do que a sua mercantilização. Trata-se de um movimento baseado no princípio do compartilhamento do conhecimento e na solidariedade praticada pela inteligência coletiva conectada na rede mundial de computadores.

Foi a partir da indignação ativa de um então integrante do MIT, Richard Stallman, contra a proibição de se acessar o código fonte de um software, certamente desenvolvido a partir do conhecimento acumulado de tantos outros programadores, que em 1985 foi criada a Free Software Foundation. O movimento de software livre começou pequeno. Reunia e distribuía programas e ferramentas livres, com o código-fonte aberto. Assim, todas as pessoas poderiam ter acesso não só aos programas mais também aos códigos em que foram escritos. A idéia era produzir um sistema operacional livre que tivesse a lógica do sistema Unix que era proprietário, ou seja, pertencia a uma empresa. Por isso, os vários esforços de programação eram reunidos em torno do nome GNU (Gnu Is Not Unix).

Para evitar que os esforços do movimento fossem apropriados indevidamente e patenteados por algum empreendedor oportunista, novamente bloqueando o desenvolvimento compartilhado, a Free Software Foundation inventou a Licença Pública Geral, GPL em inglês, conhecida como copyleft em contraposição ao copyrigh. Ela é a garantia que os esforços coletivos não serão indevidamente considerados propriedade de alguém. O GPL é aplicável em todas as frentes em que os direitos autorais são utilizados: livros, imagens, músicas e softwares.

Com a difusão da Internet, o movimento de software livre ganhou o mundo e logrou produzir um sistema operacional livre, completo e multifuncional, o GNU/LINUX. Em 1992, o finlandês Linus Torvald conseguiu compilar todos os programas e ferramentas do movimento GNU em um kernel, um núcleo central, o que viabilizou o sistema operacional. Torvald denominou este seu esforço de Linux, ou seja, “Linus for Unix”.

O Gnu/Linux está baseado nos esforços de mais de 400 mil desenvolvedores espalhados pelos 5 continentes e por mais de 90 países. Como bem apontou Moon e Sproull (1999), é extremamente difícil encontrar desenvolvimentos de engenharia comparáveis em extensão, envolvimento de pessoas e alcance geográfico como o empreendido pelo projeto do Gnu/Linux. A Microsoft, maior empresa de software do planeta, produz o sistema operacional windows e conta em seu quadro funcional com aproximadamente 30 mil funcionários concentrados em sua sede em Seatle, EUA. Em breve, o desenvolvimento e a melhoria anual do GNU/Linux contará com 1 milhão de programadores. São estudantes, especialistas, amantes da computação, diletantes, gente à procura de fama, empresas em busca de lucro, profissionais de altíssimo nível, entre tantos outros. Dificilmente uma empresa privada terá condições de acompanhar o ritmo de inovações incrementais de uma rede tão variada e tão inteligente.

A rede mundial de computadores é um espaço essencialmente colaborativo. Ao contrário das mídias tradicionais, a interação é sua alma. Por outro lado, as forças do mercado têm dominado os fluxos da rede, mas isto só tem sido possível através de artifícios que retiram e limitam as potencialidades da Internet, seja através de softwares de vigilância, bloqueio e controle, seja por meio de uma legislação. O movimento do software livre é expressão autêntica desse potencial da rede e o grande modelo para a consolidação de soluções compartilhadas diante de questões complexas, a partir da interação multi-étnica, multinacional e multicultural. É a afirmação da possibilidade da Internet consolidar-se também como uma esfera pública planetária, evitando a condição hegemônica de supermercado global. É o grande exemplo da construção de uma comunidade transnacional imaginada-virtual ( RIBEIRO, 2000).

Eric Raymond (1999), em “The Cathedral and the Bazaar”, comparou dois estilos completamente distintos de desenvolvimento de software, o modelo de programação comercial denominado Catedral e o modelo de desenvolvimento do código aberto denominado bazar. Neste último, qualquer um com acesso de Internet e habilidades de programação pode integrar o processo de desenvolvimento do software. Por isso, Raymond argumenta que o desenvolvimento do software livre envolve um número tão grande de horas de programação qualificada a um custo orçamentário zero que dificilmente uma grande corporação poderia dispor. No modelo bazar, as versões beta são lançadas e testadas diariamente pela comunidade distribuída na rede. Os bugs são rapidamente descobertos e o software é constantemente melhorado. As novas versões são velozmente distribuídas.

No modelo de desenvolvimento proprietário, a lógica distribuída e fervilhante dos bazares e suas inúmeras tendas é substituída pela silenciosa hierarquia da Catedral. As versões do software estilo catedral só podem ser liberadas após inúmeros testes e superação de todos os bugs. Os usuários não têm acesso ao código-fonte e não participam do constante aprimoramento do programa. Raymond assegura que a capacidade de inovação do software livre é muito mais alta do que o do software proprietário, essencialmente pela superioridade do modelo bazar diante do catedral.

O próprio mercado começa aderir ao software livre. Segundo a XXX, um programa para servidores de web, o apache, já domina mais de 50% do mercado, enquanto o maior concorrente o windows NT possui 20%. Usuários altamente exigentes ou de áreas de aplicação sensíveis preferem ter acesso ao código-fonte. Por exemplo, o Fermilab, laboratório de física de energia, escolheu o Linux para os seus computadores. A decisão ocorreu não somente pela redução de custos com o pagamento de licenças de software, mas também devido à possibilidade de controle total sobre o que o laboratório está utilizando (SÖDERBERG, 2002). Pelos mesmos motivos, o Instituto de Controle de Vôo da Aeronáutica, sediado em São José dos Campos, SP, migrou todos os seus computadores para Linux.

A partir das considerações de Bezroukov (1999) sobre a construção de uma infra-estrutura de informação para os países em desenvolvimento, é necessário complementar que o software livre já é uma alternativa economicamente viável, tecnologicamente inovadora e estável. Vamos analisar a situação do Brasil. Segundo Ministério da Ciência e Tecnologia brasileiro, existe uma tendência do mercado de software no Brasil atingir US$ 15 bilhões no fim da primeira década do século XXI5. Em 2002, o mercado brasileiro de software faturou US$ 4,2 bilhões, envolvendo 3500 empresas produtoras e representou 1,3% do mercado global. No ano 2000, exportamos US$ 100 milhões e importamos US$ 1 bilhão em software. O sistema operacional windows da Microsoft domina 97% do mercado de computadores pessoais. O desequilíbrio é visível e insustentável em uma sociedade cada vez mais usuária de tecnologia da informação e comunicação.

Balança Comercial do Software (em US$ milhões)

ANO IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO
1990 50 1
1995 200 10
2000 1000 100

Fonte: Softex / Ministério da Ciência e Tecnologia

Quanto mais se informatiza o cotidiano, mais serão utilizados sistemas operacionais e demais aplicativos. Assim, mais se gastará em royalties enviados ao exterior como pagamento pelo uso de licenças de uso dos softwares proprietários. Por outro lado, temos acumulo suficiente para criarmos soluções similares as que importamos em software livre. O potencial criativo e produtivo brasileiro é inegável, mesmo no cenário atual, a Secretaria de Política de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia assegura que o Brasil é o 7º produtor mundial de soluções logo depois dos EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália. Seria extremamente viável, utilizarmos mais amplamente o software livre, pois além de não enviarmos royalties, poderíamos nos afirmar como um grande produtor e distribuidor de soluções em código aberto.

O cenário mundial para as indústrias de Tecnologia da Informação, TI (principalmente de telecomunicações, hardware, software e suporte), tem sido afetado por inúmeros fatores negativos que lhe impuseram um ritmo de crescimento reduzido, principalmente a partir do estouro da bolha da Internet, em 2000. Os próximos anos apontam o Brasil como um dos possíveis grandes mercados compradores de TI arrastado pela modernização administrativa dos governos e municípios e pela incorporação da telemática nas políticas sociais e educacionais. Um programa de desenvolvimento de TI, especialmente orientado à inclusão digital, educação e capacitação técnica pode ser um ponto de partida efetivo para consolidar uma indústria de hardware e software que agregue valor à economia nacional, baseado em equipamentos otimizados e softwares não-proprietários.

lógica do mercado.

É possível e desejável integrar as políticas de modernização administrativa e as políticas de inclusão social baseadas em TI à política de desenvolvimento industrial e tecnológico do país. É inteligente buscar a redução do pagamento de royalties ao exterior, desenvolver e incentivar soluções de empresas nacionais (sem fechar legalmente nenhum mercado às empresas estrangeiras). Sem dúvida, também é recomendável aproveitar as vantagens comparativas do mercado interno comprador, principalmente no setor público, para assegurar um mercado primário para empresas que busquem mercados no exterior.

Em síntese, é fundamental integrar a política de inclusão digital, de informatização das escolas, das bibliotecas públicas e à adoção de TI como instrumento didático-pedagógico à estratégia de desenvolvimento tecnológico nacional. Este é um dos argumentos para o uso do software livre nas políticas de inclusão digital.

Um segundo argumento refere-se ao custo para o Estado. As soluções não-proprietárias podem ser menos onerosas. O uso de software livre nos programas de inclusão digital gera uma grande economia devido ao não pagamento de licenças. Em um cenário de ajuste fiscal economizar o custo das licenças de uso, no mínimo US$ 150, por computador alocado no programa de inclusão digital é fundamental.

Os recursos economizados com as licenças de propriedade podem ser empregados em formação, treinamento e educação digital. Assim, se aposta no fortalecimento da inteligência coletiva local. Formar monitores e instrutores nas localidades em GNU/LINUX e demais programas contribui também para ampliar a capacidade das comunidades agregarem valor não-perecível à sua força de trabalho.

Terceiro, o software livre tal como o proprietário necessita de suporte e manutenção. O uso do software livre nos telecentros e unidades de inclusão digital pode ser um grande incentivo ao surgimento de inúmeras empresas locais capacitadas a configurar e até a desenvolver soluções adequadas aos interesses das empresas e órgãos públicos locais. As duas vantagens mais destacadas no uso do software livre para o desenvolvimento econômico e social local são o código aberto e na inexistência do pagamento de royalties pelo seu uso. O código aberto permite que qualquer programador habilidoso crie soluções que melhor atenda às necessidades do seu cliente. A inexistência de royalties permite que toda a renda gerada pela empresa local de suporte e desenvolvimento fique com ela.

Quarto argumento, não é correto utilizar dinheiro público para formar e alfabetizar digitalmente os cidadãos em uma linguagem proprietária de um monopólio privado transnacional. Mesmo que as licenças de uso de um sistema operacional proprietário sejam doadas gratuitamente para os programas de inclusão digital, na realidade, o Estado estaria pagando seus professores, monitores e instrutores para adestrar e treinar usuários para aquela empresa.

O sistema operacional é o principal programa ou software que vai dentro do computador. Ele é a linguagem que permite o computador entender nossos comandos. Na sociedade da informação, o sistema operacional tornou-se uma das principais linguagens, por ser essencial à comunicação homem-máquina e homem-máquina com outro homem-máquina. O controle das linguagens básicas da era da informação não deveria ser propriedade de nenhum grupo econômico ou pessoa.

Sistemas operacionais proprietários são construídos para não ter compatibilidade e interoperabilidade com outros sistemas concorrentes. Com isso, a tendência da economia de redes é a do monopólio. Os economistas Carl Shapiro e Hal Varian advogam que “nas redes “reais”, as ligações entre os nodos são conexões físicas, como os trilhos dos trens ou os fios dos telefones. Nas redes virtuais, as ligações entre os nodos são invisíveis, embora sejam não menos essenciais para a dinâmica do mercado e a estratégia competitiva. Estamos na mesma rede de computadores se pudermos usar o mesmo software e compartilhar os mesmos arquivos. Do mesmo modo que um ramal ferroviário corre perigo se não puder ligar-se à linha principal, lamente por aqueles cujo hardware ou software for incompatível com a maioria dos outros usuários.” (SHAPIRO e VARIAN, 1999: 205)

As estratégias de aprisionamento, na linguagem da economia da informação, ou de fidelização, na linguagem do marketing, passam por manter a rede de usuários de software proprietário com o apoio do Poder Público. O domínio da Microsoft no mercado de sistemas operacionais baseia-se nas economias de escala do lado da demanda. Seus clientes valorizam seu sistema operacional por serem amplamente utilizados (SHAPIRO e VARIAN, 1999). Caso o Estado passe a utilizar em seus telecentros, escolas, bibliotecas e demais órgãos públicos um sistema operacional livre, estará iniciando um processo de inversão da escala da maior rede. Estará viabilizando uma rede rival, livre, aberta e não-proprietária.

O uso do dinheiro público deve incentivar a proliferação de linguagens e softwares essenciais de domínio público. Caso a linguagem básica da Internet, o protocolo TCP/IP fosse propriedade de uma empresa, provavelmente a rede mundial de computadores não tivesse a penetração e o potencial democrático que têm hoje. As políticas de inclusão digital devem romper com a política de aprisionamento dos mega-monopólios privados. O combate à exclusão digital está intrinsecamente ligado à democratização e desconcentração do poder econômico e político.

CONCLUSÃO: LIVRE E INCLUDENTE

Muitos dirigentes públicos e empresariais ainda acham que o uso do computador só é importante para a profissionalização da população. Esta visão constitui a cultura do uso limitado da tecnologia e deixa de lado a dimensão da cidadania. Sem dúvida, é urgente e prioritário implantar laboratórios de informática em todas as escolas e conectá-las à rede informacional. Por outro lado, é completamente insuficiente incluir digitalmente apenas a criança e o adolescente escolarizados. E os adultos e demais adolescentes que estão fora da escola? Onde exercerão seu direito à comunicação? O acesso à comunicação em rede é a nova face da liberdade de expressão na era da informação. Todo o cidadão ou cidadã deve ter o direito de acessar a web e utilizar uma caixa postal eletrônica. Todo cidadão deve ter o direito a acessar as informações e serviços governamentais que cada vez mais migram para a Internet. A cidadania na era da informação impõe o direito a se comunicar, armazenar e a processar informações velozmente, independente de condição social, capacidade física, visual, auditiva, gênero, idade, raça, ideologia e religião.

É necessário insistir que o direito a comunicação mediada por computador também é o direito das crianças pobres de utilizarem as tecnologias para exercerem a dimensão lúdica da infância. É o direito das mulheres obterem todos os benefícios da sociedade informacional. É o direito dos deficientes se comunicarem em um mundo cada vez mais conectado. Sem dúvida, a alfabetização ou formação digital básica é uma base essencial para a profissionalização e para a melhoria da qualidade econômica da força de trabalho do conjunto das nações, mas isto é apenas uma das dimensões do uso das tecnologias.

Somos cada vez mais uma sociedade tecnodependente. O controle da tecnologia torna-se vital e dita as possibilidades de desenvolvimento e de inclusão social. As funções e processos principais da era informacional estão sendo cada vez mais organizados em rede e através da Internet (CASTELLS, 1999). A morfologia das redes é uma fonte drástica de reorganização das relações de poder. “Uma vez que as redes são múltiplas, os códigos interoperacionais e as conexões entre redes tornam-se as fontes fundamentais da formação, orientação e desorientação das sociedades” (CASTELLS, 1999: 499) Aqui temos o vínculo claro entre o combate a exclusão digital e o movimento do software livre.

O controle dos padrões, das linguagens e dos protocolos de conexão devem ser públicos e o menos oneroso possível para as sociedades pobres ou em desenvolvimento. Incluir digitalmente é um primeiro passo para a apropriação das tecnologias pelas populações socialmente excluídas com a finalidade de romper a reprodução da miséria. O compartilhamento do software e demais produtos da inteligência coletiva é decisivo para a democratização dos benefícios tecnológicos e precisa ser incentivado. Desse modo, as políticas de inclusão digital não podem servir a manutenção e a expansão do poder das mega-corporações do localismo globalizado (Souza SantosSOUZA SANTOS). Devem incentivar a desconcentração de poder e não os monopólios. Devem incentivar o desenvolvimento e autonomia das localidades, regiões e nações pobres e não sua subordinação às cadeias de marketing do mundo rico. Devem incentivar a liberdade e não o aprisionamento às redes privadas. Devem consolidar a diversidade e não a monodependência. Deve ser software livre.

O ensino de funções a partir do manuseio de software específicos: Graphmatica

I. Tema:

Uso do software Graphmatica

II. Público alvo:

1º ano do Ensino Médio

Turma A: 30 alunos

Turno: Manhã

Escola: PUC-RS

III. Duração:

Período: 15 de outubro de 2010 a 22 de outubro de 2010

Horário:08:00 as 12:00

IV. Justificativa:

O Ensino da Matemática vive um momento ímpar, beneficiado pelas inovações tecnológicas que podem ser traduzidas em oportunidades de ensino. O advento dos computadores pode ser  uma ponte entre o abstrato e o concreto, pois simula em tempo real aquilo que antes só podia ser imaginado, desmistificando conceitos da Matemática Pura.   A Educação Matemática é uma área que oferece muitas oportunidades para um ensino contextualizado e a Informática é uma forte aliada nesse sentido, seja com softwares específicos, internet ou linguagens de programação.

Além de estimular a curiosidade dos jovens, o uso de programas gráficos exalta a beleza das construções e dá sentido às equações envolvidas. Essa é a proposta deste trabalho: auxiliar o professor num ramo complexo da Matemática e com os benefícios da inclusão digital.

III. Objetivos gerais:

1. Aprender a reproduzir funções básicas com o auxílio de softwares matemáticos: afim, quadrática, logarítmica e exponencial.

2. Reconhecer as equações envolvidas nas construções e o grau de dependência entre as variáveis.

IV. Objetivos específicos:

1. Aperfeiçoar os conhecimentos sobre funções básicas.

2. Leitura e interpretação de informações contidas nos gráficos.

V. Conteúdos trabalhados:

-Matemática

-Informática

VI. Procedimentos e estratégias

1. Cronograma

15 Out-Seg 16 Out-Ter 17 Out-Qua 18 Out-Qui 19 Out-Sex 20 Out-Sab 22 Out-Seg
08:00-09:00 Descrição das atividades e divisão de grupos 

Função afim Função quadrática Função exponencial Função logarítmica Análise e discussão das atividades Exposição das oficinas
09:00-10:00 Apresentação do software Graphmatica Leitura e discussão do exercício Leitura e discussão do texto Leitura e discussão do texto Leitura e discussão do texto Análise e discussão das atividades Exposição das oficinas
10:00-11:00 Revisão dos conceitos Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Preparação para exposição Exposição das oficinas
11:00-12:00 Distribuição das atividades para aula seguinte. 

 

Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Construção dos gráficos com os softwares Preparação para exposição Exposição das oficinas

2. 15 Out 2010:

a. Descrição das atividades

Apresentação do software:

– Graphmatica: Softwares que possibilitam a plotagem de gráficos a partir de qualquer tipo de funções e equações inseridas pelo usuário. Descreve funções cartesianas, relações e inequações num nível elementar.

Divisão dos grupos

– Os alunos foram divididos em 15(quinze) grupos.

Revisão dos conceitos

– Função é uma relação entre dois conjuntos em que, a cada valor do primeiro, corresponde somente um valor no segundo.

– Domínio: o conjunto domínio é o conjunto de partida de uma função, pois todos os valores de partida têm que fazer parte do domínio. Se o conjunto de partida for um subconjunto, por exemplo, do conjunto dos números reais () a sua definição é obrigatória.

– Imagem: O conjunto imagem é o conjunto de chegada que também deve ser definido como no item anterior.

– Os alunos terão contato com os exercícios de funções básicas e descreverão as equações sem o auxílio do computador. Na aula seguinte, compararão os resultados simulados pelos softwares.

3. 16 Out 2010:

a. Função Afim

– Leitura e análise do texto

Fernando e a irmã vivem à beira de uma estrada que conduz a um castelo situado a 5 Km de distância. Ambos trabalham no Castelo, ela no período da manhã e ele no período da tarde. Cruzam-se sempre no caminho para que ela lhe possa entregar a chave do Castelo. Ele sai de casa às 12 horas e demora 15 minutos a fazer cada quilômetro. À mesma hora a sua irmã sai do Castelo e dirige-se para casa demorando 20 minutos para percorrer cada quilômetro. A que horas se cruzam? Quando se cruzam, a que distância está o Fernando do Castelo? Qual o horário da visita ao Castelo?

– Os alunos resolverão o exercício a partir do conhecimento básico da função afim. Lançarão a equação no Graphmatica, alterando os coeficientes lineares e angulares e sobrepondo os gráficos correspondentes.

4. 17 Out 2010:

a. Função Quadrática

– Leitura e análise do texto

Um corpo lançado do solo verticalmente para cima tem posição em função do tempo dada pela função f(t) = 40t – 5t² onde a altura f(t)é dada em metros e o tempo t é dado em segundos.  De acordo com essas informações:

Qual o tempo que o corpo levou para atingir a altura máxima?

Qual a altura máxima atingida?

– Os alunos estipularão os zeros da função com o auxílio do Graphmatica. Observarão as variações do máximo e mínimo das funções, identificarão a concavidade e os motivos envolvidos nas expansões dos gráficos.

5. 18 Out 2010

a. Função Exponencial

– Leitura e análise do texto

A quantidade Q de cafeína num indivíduo, t horas após a ingestão da mesma, é dada pela expressão: Q = Qo.a-t

Um indivíduo tomou uma xícara de café que contém 80 mg de cafeína. Sabe-se que o tempo necessário para que a quantidade de cafeína no organismo passe para metade é de, aproximadamente, 4 horas. Determine os valores de Qo e de a.

Que quantidade de cafeína permanece no organismo, 3 horas após a ingestão? Admita que para valores inferiores a 15 mg de cafeína no organismo a mesma deixa de exercer efeitos estimulantes.

Com o auxílio do Graphmatica, determine o período de tempo em que a cafeína funcionou como estimulante. Sobreponha o gráfico da função quadrática e compare a taxa de crescimento das funções e se há raízes comuns.

6. 19 Out 2010

a. Função logarítmica

– Leitura e análise dos textos

Suponha que, em 2003, o PIB (Produto Interno Bruto) de um país seja de 500 bilhões de dólares. Se o PIB crescer 3% ao ano, de forma cumulativa, qual será o PIB do país em 2023, dado em bilhões de dólares? Use 1,0320 = 1,80.

Em uma calculadora científica de 12 dígitos quando se aperta a tecla log, aparece no visor o logaritmo decimal do número que estava no visor. Se a operação não for possível, aparece no visor a palavra ERRO. Calcule, depois de digitar 42 bilhões, o número de vezes que se deve apertar a tecla log para que, no visor, apareça ERRO pela primeira vez.

– Usando o software, reproduza o gráfico e identifique os seguintes elementos: continuidade, domínio, contradomínio e raízes.

– Compare os dois gráficos e identifique qual tem maior taxa de crescimento.

– Compare as funções afim, quadrática e exponencial e verifique se há intervalos onde são todas crescentes ou decrescentes.

7. 20 Out 2010

Preparação das oficinas

-Nesse momento, os alunos reuniram todas as anotações e o material desenvolvido nas atividades. Foram organizados seis grupos: um grupo no Laboratório de Informática, quatro nas oficinas de cada função e um na elaboração e explicação dos cartazes dos gráficos. Foi simulado todo o cenário da exposição e tempo de cada oficina.

8. 22 Out 2010

Exposição das oficinas

– Todos os trabalhos foram expostos dentro dos grupos e dos espaços planejados.

VII. Material necessário

– Notas de aula

– Computadores do Laboratório de Informática

– Software Graphmatica

– Impressora

– Projetor

– Canetas hidrocor

– Fita adesiva

– Tesoura

– Cola

VIII. Avaliação

-15 Out 2010: Todos se mostraram interessados e participativos. Inicialmente, ficaram preocupados com a atividade, mas perceberam que o software era de fácil manuseio e motivaram-se.

-16 Out 2010: Todos participaram ativamente no exercício de função afim. Não houve dificuldade na montagem dos gráficos, porém os efeitos nas mudanças das variáveis não ficaram evidentes.

-17 Out 2010: O exercício de função quadrática foi muito proveitoso, talvez por ser de fácil reprodução. Outros exercícios foram sugeridos e simulados no computador. As variações da concavidade chamaram a atenção dos alunos.

-18 Out 2010: Essa atividade foi mais delicada. Os alunos tiveram dificuldade em entender a função exponencial. O software facilitou o cálculo e a visualização das raízes.

-19 Out 2010: Foi o dia mais complexo, todas as funções foram revistas e os gráficos sobrepostos. A maioria entendeu os conceitos básicos das atividades, talvez seja necessário aulas de reforço para fixar melhor os conteúdos posteriormente. Não deve comprometer o projeto.

-20 Out 2010: Os alunos mostraram-se motivados e conseguiram sintetizar todas as observações feitas. Os cartazes e outros materiais foram confeccionados e os grupos se organizaram dentro do tempo disponível para cada oficina. Na simulação realizada, todos compreenderam a função de cada grupo e a importância do trabalho para a comunidade.

-22 Out 2010: Os alunos foram divididos em grupos e acompanharam os membros da escola em cada espaço, procurando explicar o trabalho desenvolvido. Muitas perguntas sobre o uso do software foram feitas. O ponto culminante foi a geração dos gráficos das funções. Boa parte da comunidade ficou surpresa com a rapidez dos cálculos, na riqueza e detalhe dos desenhos.

IX. Comunicação

Cada grupo debateu suas conclusões e apresentou-as para o restante da turma. Os alunos buscaram exemplos de outras funções e geraram gráficos no software. Aparentemente, o interesse pelos conceitos foi revigorado.

Um relatório final foi elaborado e distribuído em forma de panfleto à toda comunidade escolar, enfatizando a relação entre a Matemática e a Informática, bem como a importância das disciplinas para facilitar a vida do homem na sociedade.

X. Conclusão

As atividades desenvolvidas objetivaram criar um vínculo entre a Matemática e a Informática a partir de questões contextualizadas. A inclusão digital e o uso de software tendem a facilitar o aprendizado da Matemática, calculando, simulando e gerando ambientes até então nunca vistos. O presente trabalho espera contribuir para criação de novas frentes pedagógicas e que venham auxiliar no aprendizado.

Reciclagem Digital

Alunos do Ensino Fundamental praticam reciclagem do “Lixo” Eletrônico.

Alunos do Ensino Fundamental praticam reciclagem do “Lixo” Eletrônico.

Coordenação de Projetos Socioambientais do Centro Literatus

RESUMO

Preocupado com o destino errôneo de equipamentos eletrônicos utilizado, a Coordenação de Projetos Socioambientais do Centro Literatus – CPSA/CEL iniciou no dia 24 de Abril de 2009 no Projeto Vivenciar, o programa da coleta do “Lixo Eletrônico”, que trás uma ação para a organização da coleta de equipamentos eletrônicos ainda em funcionamento e a possível doação dos aparelhos para Instituições necessitadas, e o desenvolvimento de atitudes da parte dos alunos a partir do problema no meio ambiente, bem como o seu destino (tecnologia – 2008). Poluição silenciosa. Podemos assim chamar é o que o Biólogo e Gestor, em Meio Ambiente, José Cleonço Lucena da Costa e Silva, Coordenador de Projetos Socioambientais do Centro Literatus, define os componentes tóxicos presentes nos equipamentos eletrônicos e baterias, que podem pôr em risco a saúde dos seres humanos casos estes materiais não sejam descartados de forma apropriada. Os materiais eletrônicos quando descartados no solo e nas águas, pode causar danos à saúde das pessoas e dificilmente um médico vai identificar o que causou a doença, a não ser que o índice de recorrência em certa região seja muito alto, justifica o Coordenado. Equipamentos eletrônicos possuem componentes que são tóxicos e uma vez que sejam lançados inadequadamente podem causar danos ao meio ambiente. O Centro Literatus por meio da Coordenação de Projetos Socioambientais, lançou a Campanha do Mutirão do “Lixo” Eletrônico, que visa à doação de equipamentos eletrônicos a uma Instituição carente da comunidade.

Sendo assim ao mesmo tempo em que pratica a solidariedade os alunos contribuem para um ambiente mais saudável.

Palavras – chave: Conscientização ambiental, Lençol freático, Saúde ambiental, Sistema nervoso, Lixo urbano.

INTRODUÇÃO

Resíduo eletrônico ou lixo eletrônico é o nome dado aos resíduos resultantes da rápida obsolescência de equipamentos eletrônicos (o que inclui televisores, telemóveis, computadores,geladeiras e outros dispositivos)- wikipedia. Preocupação ambiental já é dever de casa de todos e mudanças simples podem gerar grandes economias – de dinheiro e, principalmente, da saúde do planeta. Não é difícil sair nas ruas e encontrar os lixos das esquinas, repletos de equipamentos eletrônicos, deixados a aberto quem sabe na intenção de que alguém possa levar. O grande problema é que esses materiais lançados nos solos e nas águas podem gerar prejuízo para o meio ambiente, devido aos componentes tóxicos existentes em seu interior. Segundo Daurio Speranzini, vice-presidente de Sustentabilidade da Philips para a América Latina, o consumidor precisa estar atento a todos os outros fatores que permeiam a fabricação de um produto, como o uso de substâncias tóxicas, descarte e reciclagem, peso, embalagem e vida útil. Pilhas, baterias e celulares não são os únicos tipos de lixo eletrônico. Computadores, televisores, rádios, Dvds, CDs e lâmpadas fluorescentes também possuem substâncias tóxicas como chumbo e mercúrio.(Infomediatv). Sem descarte apropriado, estes materiais altamente tóxicos para a saúde humana freqüentemente vão parar em aterros sanitários comuns ou são queimados a céu aberto, sem os cuidados apropriados, quando não acabam literalmente sendo enviados para países em desenvolvimento. “Só em 2006, foram vendidos 7milhões de computadores. Se descartados sem controle num horizonte de até dez anos, essas máquinas podem implicar numa montanha de resíduos da ordem de 70 mil toneladas. Se houver contaminações, os custos para a sociedade brasileira podem ser incalculáveis”, conclui a diretora da CCE. Para a consultora em minimização de resíduos e educação ambiental, Patrícia Blauth, a redução do lixo eletrônico tem que passar também por uma revisão no comportamento de consumo. “Muitas vezes produtos em perfeito estado são descartados”. No Brasil o caminho percorrido pelo lixo eletrônico é muito pouco conhecido. Se de um lado os eletrônicos por aqui têm uma vida mais longa, uma vez que o poder de compra é mais limitado e não é difícil encontrar interessados em receber os equipamentos mais velhos, de outro pouco se sabe sobre o que acontece com um aparelho quando ele realmente não tem mais utilidade. No ano passado, foram vendidos mais de 7 milhões de computadores no mercado brasileiro e neste ano serão vendidos outros 8,5 milhões, segundo dados da IDC. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nove em cada dez lares brasileiros têm pelo menos uma TV. Ainda assim, só em 2006 foram vendidos 10,85 milhões de novos televisores no País. Deve – se levar em conta que a popularização dos eletroeletrônicos e a rápida obsolescência dos modelos, criam o mito da necessidade de substituição, que se torna quase obrigatória para os aficionados em tecnologia e para algumas profissões específicas. No entanto, o descarte desenfreado desses produtos tem gerado problemas ambientais sérios, pelo volume, por esses produtos conterem materiais que demoram muito tempo para se decompor. A mobilização da parte de escolas, agremiações, comunidades, ONGS, e empresas conscientes do seu papel perante o desafio de um planeta sustentável e alto suficiente.

Alunos do Ensino Fundamental e Médio tem se mobilizado em busca de soluções que possam apresentar para o combate que será travado. As campanhas da Coleta Seletiva, Programa Papa- Pilhas e Mutirão do Lixo Eletrônico,são algumas das ações impostas pelos alunos do Centro Literatus em Manaus. Quando você descarta um equipamento eletrônico que não possui mais utilidade, você está gerando um lixo eletrônico, também conhecido como “e-lixo”.

São materiais como pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD’s, CD´s, rádios, lâmpadas fluorescentes e muitos outros, que se não tiverem uma destinação adequada, vão parar em aterros comuns e contaminar o solo e as águas, trazendo danos para o meio ambiente e para a saúde humana. O problema é que o tempo de utilização destes produtos é cada vez menor. E não é porque eles deixam de funcionar, mas, sim, por que com a rápida modernização das tecnologias, os aparelhos tornam-se ultrapassados em uma velocidade assustadora. No Brasil, por exemplo, o tempo médio de uso de um celular é inferior a dois anos e o de um computador é de quatro anos (Revista Meio Ambiente).   Na composição dos equipamentos eletrônicos existem substâncias tóxicas como mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênio – altamente perigosos à saúde humana. Além disso, para se produzir os aparelhos também são utilizados compostos químicos como o PVC, que demora séculos para se decompor no meio ambiente. Em contato com o ar, as águas e o solo, e por exposição direta ou indireta via água de abastecimento e alimentos, essas substâncias podem desencadear distúrbios no sistema nervoso, problemas renais e pulmonares, câncer e outras doenças, podendo, inclusive afetar o cérebro.

BENEFÍCIOS EM COLETAR O “LIXO ELETRÔNICO”

O lixo eletrônico constitui o problema de coleta de resíduos de maior crescimento no mundo. Desde os rincões industriais da China continental às regiões da Índia e do Paquistão em rápido processo de industrialização, uma ampla gama de aparelhos está sendo recebida e reciclada em condições que colocam em perigo a saúde dos trabalhadores, suas comunidades e o meio ambiente. A maior parte dos componentes destes aparelhos é recuperada por pobres catadores e vendida para sua reutilização. Mas durante o processo, eles e o meio ambiente ao seu redor estão expostos aos perigos provenientes do contato com metais pesados como mercúrio, chumbo, berílio, cádmio e bromato que deixam resíduos letais no corpo, solo e cursos de água. Trata-se de um tipo de reciclagem que não é exatamente o que os consumidores têm em mente quando obedientemente depositam seus computadores no lixão local. Os especialistas industriais dizem que entre 50% e 80% do lixo eletrônico coletado para reciclagem acaba em barcos que se dirigem aos lixões de lixo eletrônico da Ásia, onde seus componentes tóxicos vão parar em correntes sangüíneas e cursos de água (Deutsche Welle Brasil). Os governos e as companhias eletrônicas conhecem há muito tempo os perigosos e  efeitos desta reciclagem, como já assinalava em 1989 a redação da Convenção da Basiléia, um tratado internacional que se ocupa do comércio mundial de resíduos tóxicos. Em 1994, este tratado foi reforçado para proibir a exportação de todo lixo tóxico dos países ricos para as nações pobres, inclusive com o propósito de reciclá-los. No dia 11 de março de 2009, o Centro Literatus iniciou nas sedes a campanha da coleta seletiva, e no dia 24 de Abril realizou a campanha do Mutirão do “LIXO” Eletrônico, que coletou aparelhos eletrônicos diversos em bom funcionamento. O resultado da Campanha foi um sucesso, pois foram doados cerca de 40 aparelhos Eletro – eletrônicos e que foram doados a Instituição Jannel Doylle, um abrigo que trabalha com crianças entre zero e sete anos. A campanha esta inserida dentro do programa ”EU RECICLO”, que já realiza a coleta de rejeitos como: papel, plástico, vidro, orgânico, metal, óleo de cozinha e caixas longa vida. O mutirão do “LIXO” eletrônico,deverá alcançar a comunidade local em breve. Assim como a campanha da coleta seletiva os representantes comunitários serão convidados pelo CEL, para que levem a idéia para o seu bairro e com isso as pessoas possam entender que lixo eletrônico lançado no meio ambiente, é um problema muito sério devido aos componentes eletrônicos instalados no seu interior. Conscientizar os alunos, pais, professores e colaboradores a tomar atitudes quanto ao descarte dos resíduos tecnológicos.

MATERIAL E MÉTODOS

O processo “da coleta do Lixo” Eletrônico é muito simples, envolve desde a conscientização dos alunos em sala de aula, até os colaboradores em seu dia de trabalho (O Globo On-line). Em seguida vem à coleta propriamente dita, que nada mais é do que trazer até a escola o material eletrônico, que passa por alguns testes, para assegurar que ele esta em bom funcionamento para que seja doado. Esse material é lançado em um relatório para sabermos o quanto foi doado em determinado período, por exemplo, no mês. O material é armazenado e em seguida levado pelos próprios alunos ao seu destino.

RESULTADOS E DISCURSÕES

O programa do “Lixo” Eletrônico não acontece na escola por um breve período. O programa permanece por todo o ano letivo, pois entendemos que descartes inadequados de equipamentos eletrônicos sempre irão ocorrer. A conscientização precisar ser feita dia a dias, semana após semana, mês a mês , é uma luta incansável onde o termo conscientização verdadeiramente faz jus as duas palavras: conscientizar e realizar ação, uma depende da outra. Os resultados são satisfatórios, pois foram arrecadados nos primeiros 30 dias cerca de 40 aparelhos em funcionamento, e outra parte com defeito.

CONCEPÇÃO DO PROJETO

Foi realizado no dia 24.04.2009 no Centro Literatus o Mutirão do “LIXO” Eletrônico por alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Participaram também a Direção, Supervisão, Coordenação, Orientação, Professores e Colaboradores. Foi realizada uma programação e explicado o motivo do lançamento do programa de coleta de “LIXO” Eletrônico na escola. Na oportunidade foi apresentada uma exposição de material coletado dias antes pelos alunos de “LIXO” Eletrônico como: computadores, televisores, brinquedos, eletrodomésticos, rádios e caixas de som em pleno funcionamento.

MOTIVO DA ESCOLHA DO TEMA

O Centro Literatus tem demonstrado grande interesse nas questões que envolvem o Meio Ambiente. Dentro de um pensamento que envolve a Educação Ambiental criou o Projeto “Vivenciar”, que funciona dentro de uma área verde em uma das Sedes da Instituição. Alguns programas impulsionam o Projeto “Vivenciar” como: Coleta Seletiva, Consumo Consciente, Papa – Pilhas, Banco de Sementes e outros. E foi com esse raciocínio que a Coordenação de Projetos Socioambientais e que tem como responsável o Professor e Gestor Ambiental o Sr. José Cleonço Lucena trouxe a Direção da escola a idéia de que fosse realizado um grande mutirão de coleta de equipamentos eletrônicos em funcionamento para que os mesmos fossem retirados de depósitos, um dia esquecidos e fosse para as mãos de pessoas sem condições, como instituições filantrópicas, alem de eliminar a possibilidade de esse material ir para em lixões, igarapés ou em terrenos abandonados, causando dando ao Meio Ambiente.

CONTEXTO NO QUAL SE EMPREGA

Aqui na cidade de Manaus os igarapés cortam a cidade de Norte Sul, de Leste a Oeste, possibilitando o descarte de lixo em geral nesses canais. É comum verificar dentro dos igarapés a presença de objetos como: fogão, geladeiras, camas, televisores maquinas de lavar, etc. As pessoas realizam esse descarte de maneira que os igarapés acabam ficando assoreados impedindo fluxo das águas e causando problemas gravíssimos, principalmente quando chega a épocas das chuvas, causando alagamentos e muitas vezes o pior que são as mortes.

PUBLICO – ALVO A SER ATINGIDO

A primeira idéia era que fosse realizado a nível interno e depois fosse repassado para a comunidade como um todo. Buscar por meio da pratica a correção dos erros, para que no momento oportuno fosse entregue a comunidade um modelo que se adequasse àquela região. Em 2010 estaremos reunidos com os comunitários e levando as idéias da coleta de “LIXO” Eletrônico, isso vai aproximar a instituição da comunidade, e juntos buscarmos soluções praticas aos problemas ambientais do local.

QUEM TEVE A INICIATIVA E QUANDO

O Coordenador de Projetos Socioambientais do Centro Literatus é o Professor José Cleonço Lucena, Biólogo e Gestor de Meio Ambiente. Foi dele que partiu a idéia de realizar um programa de coleta de “LIXO” Eletrônico. Isso aconteceu no inicio do ano e a culminância do programa ocorreu no mês de Abril, quando também foi lançado o programa do “Consumo Consciente” pela Coordenação.

OS RESULTADOS

No período em que foi lançado o programa do “LIXO” Eletrônico foram arrecadados cerca de 40 aparelhos e doados a uma Instituição de Caridade na cidade de Manaus. Em seguida foi coletado uma segunda remessa que já conta com cerca de 30 aparelhos e que serão entregue nos próximos dias, pois estão sendo testados. As pessoas passam, a saber, do programa e vem ate a escola e deixam a sua doação. Um setor da escola (TI), sabendo do programa da coleta de “Lixo” Eletrônico, entrou em contato com a Coordenação e doou alguns equipamentos de informática. Nesse caso a grande maioria não estava funcionando adequadamente e daí surgiu à idéia de termos a coleta de “Lixo” Eletrônico classe 2, ou seja: equipamentos que não funcionam, mais que podem ser desmontados e suas peças reaproveitadas.

REFERÊNCIAS

http://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2008/02/26/ult4213u358.jhtm – Para onde vai o lixo eletrônico do planeta?

wikipedia.org/wiki – Lixo Eletrônico

www.reciclaveis.com.br/noticias -União Européia discute o lixo eletrônico.  Deutsche Welle Brasil.

http://tecnologia.terra.com.br/interna – Lixo tecnológico é preocupação ambiental. Infomediatv.

http://oglobo.globo.com/tecnologia. Lixo eletrônico: como e onde entregar baterias, pilhas e eletrônicos usados – O Globo On-line.

http://www.revistameioambiente.com.br/2008/12/11/campanha-de-coleta-dolixoeletronico – Campanha de Coleta do Lixo Eletrônico – Drª. Érica Roberta C. do Bom fim SantiagConselheira e Presidente da Comissão de Direito Ambiental da 32ª Subseção da OAB/RJ

José Cleonço Lucena da Costa e Silva

CPSA-CEL

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