Projeto: A Rádio Escolar Como Objeto de Inclusão Social

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1- Tema:

“A Rádio Escolar Como Objeto de Inclusão Social”  

2- Público alvo: 

Comunidade Escolar

3- Duração:

Este projeto pode ser desenvolvido ao longo de todo o ano letivo.

4- Justificativa:

Muitos educadores compartilham a idéia de que o radio e seus componentes é um recurso ultrapassado e que se deve, aos poucos,  aposentar essa ferramenta das atividades laborais da escola.

Fazendo uso de uma ótima mais ampla, o educador deve entender que esta ferramenta educacional tem muito a somar nas atividades pedagógicas. Pelo fato da fácil acessibilidade e que consegue aglutinar todas as classes sociais.

Historicamente, o rádio contribuiu de forma expressiva para a potencialização dos recursos de multimídia para contribuir no processo de ensino –aprendizagem, seja integrando-se a elas, ou proporcionando uma democratização da produção e recepção do conhecimento.

Com isso, é preciso que a escola veja a rádio possua uma gestão coletiva e democrática dos recursos, da programação e do saber-fazer, para que a rádio escolar represente a totalidade dos envolvidos na escola e contribua para o pleno exercício da cidadania. 

Neste sentido, a rádio escolar é vista como a materialização de ações importantes, no sentido de promover a inserção da comunidade escolar que passa a estar à margem da informação e comunicação.

 5- Objetivos

5.1- Geral:

Promover a integração da comunidade escolar através da mediação de projetos voltados a informar, problematizar e garantir a participação de todos.

 5.2- Objetivos específicos:

  • Instigar a participação dos alunos na formação de repórteres que objetiva a comunicação em linguagem mais acessível a assuntos ligados à cultura, saúde, educação e política.
  • Evidenciar através dos programas produzidos e apresentados por alunos e professores a interdisciplinaridade inerente ao PPP;
  • Desenvolver habilidades e tendências comunicacionais dos participantes;
  • Assessorar as atividades desenvolvidas por professores na sala de aula e dentro do projeto da escola;
  • Exercitar a comunicação oral, aperfeiçoando a objetividade e clareza de exposição do pensamento;
  •  Favorecer a convivência e trabalho em grupo, respeitando diferenças, níveis de conhecimento e ritmos de aprendizagem de cada integrante da equipe.

6- Etapas:

  • Criação do Nome da Rádio;
  • Adquirir todos os recursos necessários para a implementação desta;
  • Construir um projeto que esteja vinculado ao projeto pedagógico da escola;
  • Dividir de responsabilidades e que tipo de programação será veiculada.

7- Material Necessário

  • microsystem: com CD player, rádio, toca-fitas e entrada para microfone. Utilizado para reproduzir sons e gravar aquilo que não entrará ao vivo, como vinhetas e comerciais;
  • fone de ouvido: provê o retorno do som em execução para a pessoa que está no comando do som;
  • radiogravador: aparelho acessório que pode ter seu uso alternado com o microsystem, assim enquanto um é utilizado pode-se preparar a próxima execução;
  •  caixa acústica: sistema de alto-falantes instalado em locais estratégicos da escola para reproduzir o que está sendo veiculado no estúdio, quatro caixas de cem watts serve um espaço para aproximadamente cem pessoas;
  • microfone: utilizado para captar a voz do responsável pela locução; 6. mesa de som e potência: em que são conectados o microsystem, o microfone, os fones de ouvido e o radiogravador. É da mesa que sai a fiação para as caixas de som.

 8 – Referências:

http://www.infoescola.com/comunicacao/radio-escolar/

http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/bancoprojeto1a4/radio/default.asp

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Artigo: Internet via Satélite – A chave para a Inclusão Digital na Amazônia

Vivemos em um mundo globalizado, integrado pela Internet, com a agilidade da comunicação pelo correio eletrônico, com informações em tempo real chegando a todos os pontos do planeta pela super rodovia da informação. No entanto, a realidade das populações da Amazônia é bem diferente disso: o isolamento e as distâncias geográficas se mantêm intransponíveis. Construir estradas digitais para agilizar a troca de informações uma decisão estratégica para o desenvolvimento social da Amazônia.

Um passo fundamental para a inclusão digital na Amazônia é a conexão dos governos municipais à Internet para a excelência na gestão. Isso torna possível a troca de experiências entre municípios, agiliza o acesso a informações, simplifica a prestação de contas, dá transparência à divulgação de oportunidades e cria um canal direto de comunicação com a população para prestação de serviços, coleta de opiniões, sugestões, críticas e denúncias.

A tecnologia de satélites permite vencer as enormes distâncias da Amazônia, reduzindo o tempo e o custo dos investimentos de infraestrutura de telecomunicações necessários para a conexão à Internet. O Satélite é a solução mais eficaz para atender de maneira completa um país com dimensões continentais como o Brasil, integrando os municípios, as cidades e as pessoas. Através da internet via satélite as distâncias geográficas são superadas e o município se comunica com todo o mundo de forma rápida, direta e com baixo custo.

Vantagens da Internet Via Satélite

Internet em Banda Larga

O uso da tecnologia de satélites possibilita o acesso à internet em alta velocidade e com alta qualidade. A velocidade de acesso à internet por meio de satélite pode chegar a ser 20 vezes mais rápida que uma conexão discada.

Dispensa o Uso da Linha Telefônica

Além da baixa velocidade de transmissão, o uso da linha telefônica para a conexão à Internet representa um alto custo com pulsos ou interurbanos. Com a tecnologia via satélite o município não precisa usar uma linha telefônica para acessar a Internet.

Correio Eletrônico com Identidade digital

A principal forma de identidade digital é o correio eletrônico. Com a conexão à Internet o município pode criar uma caixa postal de correio eletrônico para cada núcleo administrativo. Por exemplo: prefeito@seumunicipio.uf.gov.br; secretaria.educação@seumunicipio.uf.gov.br.

Conexão 24 Horas por Dia

A conexão via satélite funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. É só ligar o computador e o município já está conectado à Internet, sem discagem para provedores ou qualquer outro comando.

Infra-estrutura Facilitada

Qualquer outra tecnologia de acesso à Internet requer altos investimentos em infraestrutura de rede terrestre, como a passagem de cabos, fibras ópticas ou sinais de rádio. Na conexão via satélite o único requisito é energia elétrica. O sinal vem diretamente do satélite para seu município e daí pode ser distribuído em sua rede interna e em redes sem fios entre os prédios da administração.

Área de Cobertura

Seu município não precisará esperar por um estudo de viabilidade de cobertura de rede. O satélite atente a todo o território nacional e seu município pode ter Internet sem satélite em poucos dias.

Instalação simples e rápida.

Nada de esperar meses ou fazer obras de cabeamento em toda a cidade. Com uma antena parabólica de cerca de 1,20m e um pequeno terminal de satélite seu município estará conectado ao satélite.

Para saber mais, envie um email com suas dúvidas e perguntas para suporte@malima.com.br Se preferir, ligue diretamente para mim pelo fone (092)9905-3825 begin_of_the_skype_highlighting              (092)9905-3825      end_of_the_skype_highlighting. Nosso escritório fica na Rua Joaquim Nabuco, 1088, no Centro de Manaus.

Investimentos de acordo com a necessidade do município

A Amazônia Banda Larga é um provedor de acesso à Internet via Satélite oferecendo serviços a municípios. Os preços e níveis de serviço oferecidos são os seguintes:

A integração das tecnologias na educação

José Manuel Moran

Especialista em mudanças na educação presencial e a distância

jmmoran@usp.br

A digitalização permite registrar, editar, combinar, manipular toda e qualquer informação, por qualquer meio, em qualquer lugar, a qualquer tempo. A digitalização traz a multiplicação de possibilidades de escolha, de interação. A mobilidade e a virtualização nos libertam dos espaços e tempos rígidos, previsíveis, determinados.

 

As tecnologias que num primeiro momento são utilizadas de forma separada – computador, celular, Internet, mp3, câmera digital – e caminham na direção da convergência, da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valor.

O computador continua, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3, principalmente nos pockets ou computadores de mão. O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais agrega valor: é wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à Internet, à foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.

Estas tecnologias começam a afetar profundamente a educação. Esta sempre esteve e continua presa a lugares e tempos determinados: escola, salas de aula, calendário escolar, grade curricular.

Há vinte anos, para aprender oficialmente, tínhamos que ir a uma escola. E hoje? Continuamos, na maioria das situações, indo ao mesmo lugar, obrigatoriamente, para aprender. Há mudanças, mas são pequenas, ínfimas, diante do peso da organização escolar como local e tempo fixos, programados, oficiais de aprendizagem.

As tecnologias chegaram na escola, mas estas sempre privilegiaram mais o controle a modernização da infra-estrutura e a gestão do que a mudança. Os programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem. Há avanços na virtualização da aprendizagem, mas só conseguem arranhar superficialmente a estrutura pesada em que estão estruturados os vários níveis de ensino.

Apesar da resistência institucional, as pressões pelas mudanças são cada vez mais fortes. As empresas estão muito ativas na educação on-line e buscam nas universidades mais agilidade, flexibilização e rapidez na oferta de educação continuada. Os avanços na educação a distância com a LDB e a Internet estão sendo notáveis. A LDB legalizou a educação a distância  e a Internet lhe tirou o ar de isolamento, de atraso, de ensino de segunda classe. A interconectividade que a Internet e as redes desenvolveram nestes últimos anos está começando a revolucionar a forma de ensinar e aprender.

As redes, principalmente a Internet, estão começando a provocar mudanças profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporalizado. Podemos aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e off line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.

As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a distância. Antes a EAD era uma atividade muito solitária e exigia muito auto-disciplina. Agora com as redes a EAD continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.

A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação a distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.

Alguns problemas na integração das tecnologias na educação

A escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino focados no professor continuam predominando, apesar dos avanços teóricos em busca de mudanças do foco do ensino para o de aprendizagem. Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas, que muitas instituições reproduzirão no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.

Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de aprendizagem à distância. O aluno desorganizado poderá deixar passar o tempo adequado para cada atividade, discussão, produção e poderá sentir dificuldade em acompanhar o ritmo de um curso. Isso atrapalhará sua motivação, sua própria aprendizagem e a do grupo, o que criará tensão ou indiferença. Alunos assim, aos poucos, poderão deixar de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o entusiasmo pelo curso. No presencial, uma conversa dos colegas mais próximos ou do professor poderá ajudar a que queiram voltar a participar do curso. À distância será possível, mas não fácil.

Os alunos estão prontos para a multimídia, os professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem. Freqüentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.

A maior parte dos cursos presenciais e on-line continua focada no conteúdo, focada na informação, no professor, no aluno individualmente e na interação com o professor/tutor. Convém que os cursos hoje – principalmente os de formação – sejam focados na construção do conhecimento e na interação; no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte construído ao longo do curso.

É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, se não envolvermos os alunos em processos participativos, afetivos, que inspirem confiança. Os cursos que se limitam à transmissão de informação, de conteúdo, mesmo que estejam brilhantemente produzidos, correm o risco da desmotivação a longo prazo e, principalmente, de que a aprendizagem seja só teórica, insuficiente para dar conta da relação teoria/prática. Em sala de aula, se estivermos atentos, podemos mais facilmente obter feedback dos problemas que acontecem e procurar dialogar ou encontrar novas estratégias pedagógicas. No virtual, o aluno está mais distante, normalmente só acessível por e-mail, que é frio, não imediato, ou por um telefonema eventual, que embora seja mais direto, num curso à distância encarece o custo final.

Mesmo com tecnologias de ponta, ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores, gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os educadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do viver.

Os educadores marcantes atraem não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Transmitem bondade e competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social, dentro e fora da aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente, diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e virtual, se tornarão referências necessárias.

Fonte:

http://www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm

O Futuro do Brasil nas Mãos do Universo Virtual

Exclusão digital pode prejudicar economia brasileira, dizem especialistas

Com apenas um terço de sua população com acesso à internet e uma índice de penetração de banda larga menor que o de países como Argentina, Chile e México, o Brasil corre o risco de ver seu crescimento econômico comprometido devido a este atraso, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.

De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessa a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.

O número de desconectados no Brasil é muito maior, por exemplo, que o da Coreia do Sul – onde quase 78% da população tem acesso à rede -, que de grande parte dos países da Europa Ocidental e até mesmo que o do Uruguai, onde cerca de 40% das pessoas acessa a internet.

A situação do acesso a conexões de banda larga, fundamentais para que se possa aproveitar todas as possibilidades multimídia da internet, ainda é mais grave.

A União Internacional de Telecomunicações, agência da ONU para questões de comunicação e tecnologia, estima que apenas 5,26% dos brasileiros tenham acesso a conexões rápidas.

O número é bem inferior à penetração da banda larga na Argentina, que é de 7,99%, Chile, onde a penetração é de 8,49%, e México, onde este índice é de 7%.

Com o objetivo de corrigir este deficit, o governo chegou a anunciar um Plano Nacional de Banda Larga, que pretende elevar a penetração das conexões rápidas no país para 45% até 2014. A implementação do programa, no entanto, deve ficar para o próximo governo.

Desenvolvimento e preço
Mas não é só no ranking de penetração de banda larga que o Brasil está atrás de países com estrutura e economia similares.

Um estudo divulgado pela União Internacional de Telecomunicações no final de fevereiro coloca o Brasil atrás de Argentina, Uruguai, Chile e até Trinidad e Tobago em um ranking de desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação, área conhecida pela sigla TIC.

Entre os motivos que levam o Brasil a registrar tal atraso estão problemas institucionais, de infraestrutura e as dimensões territoriais do país, que dificultam a instalação de uma grande rede de banda larga, por exemplo.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, apontam os altos custos de conexão como um dos principais entraves para que a maioria dos brasileiros tenha acesso à internet.

“O Brasil tem os custos de conexão mais caros do planeta. Hoje, nosso maior problema de infraestrutura é o ‘custo Brasil de telecomunicação’ e, este é um dos grandes problemas para aumentar o uso da internet”, diz o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República.

De fato, a União Internacional de Telecomunicações aponta que Brasil está no grupo de países onde mais se paga para ter acesso a serviços como internet, telefone fixo e celular.

José Carlos Cavalcanti, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco e ex-secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior do Estado, atribui os custos à elevada carga tributária e diz que pequenas variações no preço de acesso à internet poderiam já ter impacto na demanda.

“Para cada 1% de redução no preço de um computador ou na tarifa de internet, a demanda aumenta 0,5%. Já se houver um aumento de 1% na renda das pessoas, a demanda aumenta 0,5%”, diz Cavalcanti, citando um estudo de 2006 conduzido por ele para a Microsoft.

Crescimento perdido
É difícil mensurar o quanto o Brasil vem perdendo em termos de crescimento econômico e de empregos com este atraso.

Dados da consultoria McKinsey&Company, no entanto, apontam que um aumento de 10% nas conexões de banda larga pode levar a um crescimento entre 0,1% e 1,4% no PIB de um país. Uma outra pesquisa, do Banco Mundial, indica que este crescimento pode ser de 1,38% em países subdesenvolvidos.

Segundo a pesquisa da McKinsey, este crescimento econômico se dá por cinco fatores: primeiro devido ao impacto direto do investimento na rede de banda larga, depois pelo efeito da melhoria na indústria, seguido por aumento nos investimentos estrangeiros diretos e na produtividade e por uma melhora no acesso da população a informações.

O mesmo estudo diz que se a penetração da banda larga na América Latina atingisse o mesmo nível da Europa Ocidental, 1,7 milhão de empregos poderiam ser criados na região.

Autor de estimativas mais cautelosas, Raul Katz, professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, afirma que se o Brasil superasse seu déficit de banda larga – que ele estima ser de 5 milhões de conexões – nosso PIB poderia ter um crescimento de 0,08 pontos percentuais.

‘PIB, PIB Virtual e FIB’
Mas não é só crescimento do PIB que o Brasil perde com o fato de a maior parte de sua população ainda estar desconectada.

Para Gilson Schwartz, coordenador do centro de pesquisas Cidade do Conhecimento, da Universidade de São Paulo, esta perda causada pela desconectividade se dá em três categorias distintas.

A primeira é a perda em termos de emprego e renda. Outra categoria, mais difícil de mensurar, é o que ele chama de ‘PIB virtual’, ou seja, toda a produção, negócios e os serviços que poderiam ser feitos completamente dentro da rede e que não são feitos devido aos altos níveis de desconexão.

Schwartz aponta ainda que as dificuldades de acesso à internet no Brasil trazem perdas em um “campo social, que mistura entretenimento, sexualidade, cidadania e identidade”.

“Quando você não tem banda larga, desenvolvimento digital, você está tirando trabalho e lazer. Nesse sentido você pode dizer que o déficit provocado pelo atraso digital é ainda maior do que o de qualquer setor tradicional”, diz.

“Sem dúvida alguma, sociabilidade, sexualidade, amizade e alegria estão cada vez mais disponíveis nas novas mídias, e quem não está acessando isso está perdendo aquele outro PIB, o FIB, felicidade interna bruta. Assim (com a exclusão digital), a gente perde no PIB, no PIB virtual e no FIB”.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/exclusao+digital+pode+prejudicar+economia+brasileira+dizem+especialistas/n1237587905955.html

Artigo Exclusão Digital

Exclusão digital:
o desafio da cidadania na era da tecnologia da informação


Eduardo Sampaio Nardelli
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Brasil
nardelli@mackenzie.com.br

Digital exclusion is the technical name for the abyss which separates people who have access to IT – Information Technology resources from the others who don’t have this access. A strong reality in taking-off countries, as Brazil is, which exists in parallel of the social exclusion. This work explains about the scenery of this reality and the attempts to solve this problem and, reflecting about the result of past policies against poorness and starvation in Brazil, finishes talking about the special role that must be played by the basic schools in order to eradicate the digital exclusion in the country.
Information Technology, citizenship, social, computing, education.

Antecedentes
Exclusão digital é o nome técnico do abismo que separa as pessoas que têm acesso aos recursos da TI – Tecnologia da Informação daquelas que não têm. Uma realidade definitivamente presente nos países periféricos, onde este fenômeno caminha lado a lado com a realidade da exclusão social.

No Brasil, dados do Censo-2000, realizado pelo IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, indicam que apenas 10,6% dos brasileiros têm ao menos um computador em suas casas, obedecendo a uma concentração geográfica igualmente sintomática, segundo a qual, enquanto em Brasília, capital do país, existe ao menos um computador em 25% dos domicílios da cidade e em São Paulo em cerca de 17,5% de suas residências, nos estados menos desenvolvidos da região nordeste do país, como o Piauí e o Maranhão, a proporção é de 1,9% e 1,3% dos domicílios, respectivamente.
Da mesma forma, conforme atesta o documento Nosso Desafio: Inclusão Digital (São Paulo, 2002), além da distribuição geográfica, a exclusão digital também acompanha o grave quadro de desequilíbrio da distribuição de renda e da educação no país.

Verifica-se, por exemplo, que na região metropolitana de São Paulo, 87% das pessoas que possuem computador pertencem à classe A, enquanto apenas 11% pertencem às classes D e E. E, dentre 15% das pessoas que acessam a Internet por seus próprios recursos, 85% pertencem à classe A e apenas 2% pertencem às classes D e E.

E, com relação à escolaridade, indivíduos com nível universitário  orrespondem a 57% do universo dos que têm acesso à Tecnologia da Informação, enquanto os que não chegaram a concluir o ensino fundamental correspondem a apenas 28% desse universo.

Esses dados compõem um quadro de certo modo óbvio que, todavia, tem como conseqüência fundamental o agravamento das dificuldades de inserção social da população, na medida em que o próprio mercado de trabalho, que constitui a possibilidade de sobrevivência e mobilidade social da população transforma-se de acordo com os novos paradigmas da Tecnologia da Informação.

Políticas Públicas e Alternativas Diante dessa realidade, seria de se esperar que governos de países como o Brasil, tivessem a inclusão digital como uma de suas políticas públicas prioritárias.

Entretanto, seguindo o ciclo perverso do desenvolvimento desigual, a agenda das políticas públicas encontra-se permanentemente congestionada por demandas que tentam resgatar um longo passado de desequilíbrios econômicos e sociais, monopolizando a atenção e recursos do governo federal.

Como conseqüência, diversas iniciativas do terceiro setor e de governos locais, ou regionais, tentam enfrentar a questão da exclusão digital no âmbito de sua esfera de atuação através de ações criativas e
bem estruturadas que, todavia, carecem de sinergia com uma política de âmbito nacional. É o caso, por exemplo, dos Infocentros do Governo do Estado de São Paulo (http://www.saopaulo.sp.gov.br/home/index.htm) e Telecentros da Prefeitura Municipal de São Paulo www.telecentros.sp.gov.br/interna.php?id=922) e, no terceiro setor, do Comitê para Democratização da Informática (www.cdi.org.br/) e Meninos do Morumbi – Projeto Garagem Digital (www.meninosdomorumbi.org.br/entrada.php).

Resta saber se este trabalho atomizado tem conseguido atingir os respectivos objetivos propostos, no sentido mais amplo da inclusão digital.
Refletindo sobre o passado. Neste caso, vale lembrar os resultados do trabalho realizado em 1994 pelo Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas quando analisou em profundidade os programas, instituições e recursos envolvidos no combate à pobreza no Brasil, até aquela data, concluindo que a questão da pobreza continua a ser um dado eloqüente da realidade em nosso país, devido à falta de continuidade dos projetos e de sinergia entre programas e instituições.

A verdade é que jamais se fez um acompanhamento efetivo da evolução desses trabalhos procurando saber quais avanços foram efetivamente alcançados e quais eventuais correções de rumo deveriam ter
sido implementadas.

Além disso, concluiu o estudo que às ações pulverizadas e/ou espontâneas, que sempre consumiram enormes recursos financeiros, teriam sido preferíveis ações concentradas, a partir das escolas de ensino fundamental e dos postos de saúde, cuja presença junto à população teria permitido maior capilaridade aos programas de inclusão social e combate à fome.

Conclusões que soam como instigante advertência com relação à questão da inclusão digital, cujo paralelo é inevitável, levando a crer que as diversas ações pulverizadas do terceiro setor e governos locais e regionais tendem a incorrer em equívocos semelhantes, em que pesem as boas intenções e
seriedade das pessoas envolvidas no trabalho que vem sendo realizado.

É claro que é melhor fazer alguma coisa do que não fazer nada, mas é preciso não se perder de vista que a profundidade da questão e as imbricações de suas causas exigem uma abordagem sistêmica que não exime o governo central de seu papel chave de articulador nesta matéria, se o objetivo for,
efetivamente, a inclusão digital em seu sentido mais amplo, pois não se pode entendê-la apenas como a pura e simples instrumentalização de indivíduos de baixa renda no uso de determinados programas já oferecidos pelo mercado, apartada de uma efetiva e conseqüente inclusão social.

Conclusão
E, neste sentido, conforme revela o relatório síntese da II Oficina de Inclusão Digital, realizada no final de maio deste ano, em Brasília – primeira iniciativa concreta do novo governo federal brasileiro em relação a esta matéria – as ações de inclusão digital implicam, inclusive, numa necessária política de incentivo à produção de equipamentos de baixo custo e estímulo à utilização de programas de código aberto, sem desprezar a importância da educação formal nesse processo, o que demanda escolas públicas corretamente equipadas, com professores igualmente capacitados, especialmente no ensino fundamental.

Uma providência que, por si mesma, evitaria o acúmulo futuro de novos contingentes de excluídos, considerando-se que 97% das crianças brasileiras estão matriculadas no ensino fundamental. Além de poder servir como pólo articulador de outras ações de inclusão digital envolvendo os familiares dos alunos matriculados, dando sinergia às várias iniciativas dispersas e fazendo da própria escola o centro de gravidade de um amplo projeto de inclusão social e desenvolvimento da cidadania.

Referências
Fundação Getúlio Vargas: 2003 – Centro de Políticas Sociais, Mapa da Exclusão Digital. Disponível em:
. Acesso em: 20/agosto/2003.
II Oficina de inclusão digital: 2003 – Relatório Síntese. Disponível em:
. Acesso em: 20/agosto/2003.
Nardelli, Eduardo S: 2002, Exclusão Digital, A&U –Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, no.104
São Paulo (Estado): 2002 – Nosso Desafio: Inclusão Digital. Disponível em: . Acesso em outubro/2002.
Universidade Estadual de Campinas: 1994 – Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, Estratégias para Combater a
Pobreza no Brasil: Programas, Instituições e Recursos – Relatório final.

Projeto NavegaPará

Conhecendo o Projeto

O projeto NavegaPará é uma iniciativa do Governo do Estado do Pará e convênios entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e com a Eletronorte.

Esta iniciativa deverá interligar por internet de alta velocidade, a partir de cinco ações básicas, os principais órgãos administrativos do Estado, viabilizando ações como tele-educação, tele-negócios e inclusão digital.

Esta primeira fase do projeto foi viabilizada por dois convênios. O primeiro, com a Eletronorte, permite ao Governo do Estado utilizar os 1.800 quilômetros de fibra óptica da distribuidora de energia. O segundo foi com a Metrobel, rede de fibra óptica instalada na Região Metropolitana de Belém, mantida por instituições de ensino e pesquisa.

AÇÕES BÁSICAS DO NAVEGAPARÁ

Metrobel – Utilização da rede de fibra óptica Metrobel para interligar, por internet de alta velocidade, cerca de 300 unidades administrativas. Principais áreas beneficiadas: segurança, saúde e educação.

Infovias – Integração do Estado com a interligação dos principais órgãos públicos a partir de convênio para utilizar 1.800 quilômetros de fibra óptica da Eletronorte. As infovias são uma rede macro de transmissão, da qual é necessário baixar o sinal para utilização em serviços públicos.

Cidades Digitais – Construção de pequenas redes para que se baixe o sinal da Eletronorte, interligando os principais órgãos públicos (federais, estaduais e municipais), como escolas, hospitais e delegacias.

Infocentros públicos – Serão construídos infocentros em 13 municípios, disponibilizando internet de alta velocidade para dois milhões de pessoas no interior.

Telecentros de negócios – Será realizada a capacitação e qualificação, além de seminários e debates à distância de setores produtivos. A Secretaria da Fazenda ampliará o projeto original, construindo telecentros de negócios nos principais pólos econômicos, para utilização por sindicatos, empresas, cooperativas e associações.

Além disso, serão criados telecentros para viabilizar ações de telemedicina, tele-educação e teleconferência, ao longo dos 1.800 quilômetros de fibra óptica da Eletronorte.