Proposta de Centros de Inclusão Digital Comunitário

A comunidade do século XXI esta caracteriza por uma sociedade onde equipamentos interconectados mediam a comunicação e a informação entre as pessoas. A necessidade dos laços sociais hoje é mediada pela tecnologia, mas esta tecnologia ainda não chegou a todos os estrados sociais. O estado ainda de forma tímida tenta incluir esta parcela, outras entidades também fazem este papel social, como ONGs, comunidades, organizações privadas e filantrópicas. Assim muitos ambientes não formais de educação promovem a inclusão em tempos digitais.

O presente artigo propõe uma proposta de projeto objetivando a implementação de centros comunitários de inclusão digital, com o auxílio e colaboração da sociedade civil, entidades públicas e privadas.

A proposta é construir uma campanha com todos componentes da sociedade para de forma colaborativa e organizada implementar em bairros carentes centros comunitários de inclusão digital. Constituído por grupos voluntários de toda comunidade, desde profissionais liberais, setor público, empresas privadas e qualquer cidadão ou instituição com o interesse de participar.

Logo nos primeiros encontros os voluntariados irão definir e planejar a campanha. Definirão as atividades e dividirão os voluntários em grupos sugeridos:

  • Grupo administrativo
  • Grupo técnico
  • Grupo do marketing
  • Grupo pedagógico

Grupo administrativo – Será responsável por todo o trâmite legal que envolve a campanha. Gerenciamento das doações de equipamentos e local de implementação nas comunidades, parcerias com setor público e empresas privadas, entre outras atividades pertinentes.

Grupo técnico – Composto por profissionais da TI, este irá recuperar os computadores coletados nas campanhas de doação, como a instalação e manutenção técnica no local do telecentro comunitário.

Grupo marketing – Profissionais com afinidades para este segmento, irão pensar, planejar e executar as campanhas para mobilização de toda a comunidade na doações de equipamentos bem como na captação do voluntariado.

Grupo pedagógico – Profissionais de áreas educacionais e informática que planejarão o uso racional e educacionais dos recursos tecnológicos do centro comunitário de inclusão digital, bem como o treinamento de monitores da própria comunidade implementada. Prioridades em projetos pedagógico de reforços educacionais para estudantes, informática na educação.

Conforme descrito as atividades de cada grupo, sera proposto a implementação do projeto. Campanhas de coleta do descarte do lixo eletrônico e computadores em desuso, equipe definida irá restaurar computadores em condições de uso, o descarte que não for utilizado, será ainda aproveitado para a criação de peças de arte para decoração produzida pela própria comunidade. Tudo devidamente criado com planejamento e companhamento de grupos especializados nas áreas especificas.

Na restauração dos computadores será utilizado software livre para que o projeto fique livre de pirataria e investimentos desnecessários com softwares proprietários. Uma forte parceria será criada com o setor público para disponibilidade dos locais da implementação do projeto, bem como o custeio de custos fixos, como água, luz e internet. Igrejas e comunidades de bairro também poderão participar com a disponibilização de ambiente para a instalação das salas de inclusão digital comunitária.

A orientação do correto uso dos centros de inclusão será primordial, bem como a inclusão de pessoas que jamais tiveram contato com o computador, oferecendo treinamentos básico desde a coordenação motora do uso do mouse e teclado, como orientação na navegação e comunicação web. Observando em nossos dias a grande presença do computador nas mais diversas áreas, o telecentro comunitário terá um papel social fundamental na comunidade.

O presente artigo apresenta de forma resumida um projeto comunitário de inclusão digital em comunidades carentes. A intenção é sugerir uma proposta de implementação com a mobilização e participação de toda a comunidade no desenvolver do mesmo.

De forma planejada e com o envolvimento da comunidade onde será implementada o centro de inclusão digital comunitário, o projeto propõem além da inclusão digital e social, a capacitação e o estímulo para que crianças e estudantes de comunidades carentes despertem e possam visualizar a tecnologia como mais uma opção de futuro profissional.

Por Celso Pimentel Gomes
http://www.celsopimentel.pro.br
Especialização PUC-RS “Informática na Eduação”

CMID – Inclusão digital – Recondicionamento de computadores, Metareciclagem, Robótica Livre e Telecentro.

O Centro Marista de Inclusão Digital(CMID) localizado na Nova Santa Marta, em Santa Maria/RS, compõe a Rede Marista de Educação e Solidariedade, agrega hoje várias iniciativas que promovem a inclusão digital, entre elas citamos o Recondicionamento de computadores, Metareciclagem, Robótica Livre e Telecentro.

O CMID integra também um convênio firmado entre Centro Social Marista (CESMAR) de Porto Alegre/RS e o Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento.

O Recondicionamento de Computadores é feito através de doações realizadas por empresas e pessoas fisicas do município de Santa Maria/RS e região, os quais são utilizados na montagem de telecentros em comunidades onde o acesso a internet e as tecnologias ainda não são uma realidade.

Na Robótica Livre, são utilizados peças e componentes de computadores que não podem ser mais utilizados e são descartadas no Recondicionamento de Computadores. São trabalhados conceitos de eletrônica, mecânica, física, entre outros. Os educandos são estimulados e desafiados a usar a criatividade para a criação de robôs com diferentes finalidades.

Na Metareciclagem estão os cursos de montagem e manutenção de computadores, onde componentes e materiais que não são aproveitados no Recondicionamento e na Robótica Livre são transformados em Arte.

A Metareciclagem também trabalha conceitos como o LTSP e soluções de reaproveitamento de computadores considerados obsoletos pela sociedade, numa perspectiva de aumentar a vida útil dos computadores e numa dimensão ecológica e de sustentabilidade do planeta.

O Telecentro é um espaço em que a comunidade pode fazer uso da Internet, acessar e-mails, realizar pesquisas e digitações de trabalhos dos estudantes da comunidade que não possui acesso a rede mundial em suas casas.

O CMID ainda oferce a comunidade local cursos de curta duração para capacitar os alunos na utilização de softwares livres utilizando Edubuntu, BrOffice, cursos de eletrônica básica, como edição de textos, planilhas e outros aplicativos utilizados normalmente em empresas e escritórios.

Essas iniciativas trazem uma perspectiva de inclusão para os moradores da Nova Santa Marta, fomentando a geração do conhecimento, além de visar o ingresso dos jovens envolvidos no mercado de trabalho.

Fonte: http://santamarta.wik.is/CMID

Fonte: http://www.flickr.com/photos/cmid

Máquinas caça-níqueis: do crime à inclusão digital

Há algum tempo a unidade Casa Brasil Aventureiro, em Joinville (SC), faz parcerias para transformar caça-níqueis em terminais eletrônicos.

Máquinas doadas pelo 2º Pelotão de Araquari foram metarrecicladas para contribuir para inclusão digital. Os caça-níqueis serão transformadas em terminais eletrônicos.  As máquinas serão direcionados a entidades da comunidade como posto de saúde, escolas, associações de moradores e outros; que deverão enviar um ofício solicitando a doação.

Ação contínua – A Casa Brasil transforma caça-níqueis em terminais eletrônicos que são adaptados para ser distribuídos nas escolas municipais e estaduais como ferramentas educativas

Fonte: http://www.casabrasil.gov.br

Software Livre viabilizando a inclusão digital

Morador de rua usa telecentro público para fazer pesquisas

A utilização do E-Braile como ferramenta de inclusão digital

Musibraille – Inclusão de deficientes visuais na leitura musical com o apoio do computador

O projeto Musibraille destina-se a criar condições favoráveis à aprendizagem musical das pessoas com deficiência visual que sejam equivalentes às dos colegas de visão normal. A técnica de Musicografia Braille é uma das principais ferramentas que permitem essa equivalência. Ela foi desenvolvida em 1828 por Louis Braille, que adaptou a técnica para transcrição de textos anteriormente desenvolvida para a transcrição musical. Através desta técnica um texto musical de qualquer complexidade pode ser transcrito para a forma tátil e facilmente assimilado pelos deficientes visuais.

Apesar desta vantagem, existe um grande problema para os deficientes visuais: a escassa quantidade de obras transcritas para esta técnica. Existem alguns poucos programas disponíveis no mercado para transcrição musical. Esses programas permitem de forma bastante limitada que uma pessoa cega (ou não) introduza o texto musical através de um teclado alfanumérico ou de uma interface digital para um instrumento musical (MIDI). O texto digitado pode ser escutado musicalmente e a transcrição se dá de forma automática. Alguns desses programas conseguem ler uma partitura e fazer uma pré-transcrição, através de uma técnica chamada OCR (Optical Character Recognition), economizando tempo no processo de entrada de dados musicais.

Para contexto brasileiro, entretanto, estes programas estão fora da realidade, pois além de caros são incompletos. Mais importante: não existe conhecimento disseminado nem para sua utilização direta nem para o ensino qualificado.

A situação hoje é que, como os professores de música não têm conhecimento da musicografia Braille, acabam por recusar-se a lecionar para estudantes cegos por julgarem impossível passar para eles o conteúdo das partituras com efetividade. Desta forma, torna-se muito difícil a inclusão de músicos cegos nas escolas de música regular.

Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/musibraille/

Inclusão digital na sociedade da exclusão

Desde os primórdios da humanidade o homem demonstra uma capacidade evolutiva de abstração de conhecimento, como consequência uma constante evolução na criação de ferramentais para facilitar suas atividades.

Na descoberta do fogo, imaginando que este pudesse estar apenas na mão de alguns, já tínhamos uma exclusão social. Sob meu ponto de análise, uma inclusão só é efetivada quando existe o compartilhamento e acesso mútuo dos ferramentais à todos membros da comunidade, dentro das necessidades criadas para época.

Nossas ferramentas evoluíram de forma dinâmica, surgindo novas necessidades para as novas comunidades. A energia elétrica teve um tempo em que poucos a tinham, não demorou entrou para a lista das necessidades básicas, e não tê-la deixa o indivíduo a margem, excluso. Desta forma muitas outras tecnologias passam do luxo para categoria básica na constante evolução da sociedade.

Creio que a exclusão não se extingui pelo fator gerador da mesma, o sistema que gerencia a vida em sociedade não consegue atender o todo, joga para a periferia grande parte de seus componentes. Em tentativa de correção, além do estado, agem na sociedade entidades civis com projetos de inclusão em ambientes não formais de educação.

O computador, teve sua época em que atendia apenas processos de grandes corporações, e não teria fundamentação alguma querer tê-lo nossa casa. A tecnologia cria tecnologia e a própria evolução de nossas ferramentas fazem novas funções com intuito de agilizar a vida humana, mesmo que nem sempre acessível a todos.

Em pleno século XXI o computador deixa de ser aquela máquina industrial para estar na casa de cada pessoa, oferendo funções necessárias para participar da época em que vivemos.

A inclusão dos excluídos na revolução digital é uma questão social de grande importância, pois esta máquina oferece hoje de forma virtual um mundo em nossas mãos. Além de ser um centro de entretenimento para a família, hoje é um mediador de comunicação, um centro de informação e uma ferramenta de busca pelo conhecimento. Por características como esta é necessário que este utensílio digital esteja compartilhado e acessível a todos na sociedade.

Através de bons projetos podemos ir além e fazer do computador agente de transformação social, encurtando distâncias, fortalecendo a comunicação, informação e disseminando conhecimento ao estrato social menos favorecido.

Este blog traz o assunto para discussão, levantando experiências e projetos para implementação de práticas que viabilizam e efetivam a inclusão sócio digital nas comunidades carentes.

Por Celso Pimentel Gomes
http://www.celsopimentel.pro.br

Blog do Grupo 15 – Atividade disciplina Inclusão digital em Espaços Não Formais de Educação – Especialização Informática na Educação – PUC RS Virtual

Este blog propõe discutir experiências, propostas e projetos para viabilizar a inclusão digital. Participe da discussão, poste sua experiência e venha compartilhar suas propostas para que o acesso a tecnologia seja para todos.

O blog é uma atividade da disciplina Inclusão Digital em Espaços Não Formais de Educação, do curso de Especialização em Informática na Educação pela PUC RS Virtual.

Este blog foi elaborado pelos alunos do Grupo 15:
Ameófis de Paula Vale, Angleson dos Santos Macedo e Celso Pimentel Gomes em Outubro de 2010.